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Itália sedia evento inter-religioso pela paz e recebe Macron

Itália sedia evento inter-religioso pela paz e recebe Macron

ROMA, 23 outubro 2022, 14:18

Redação ANSA

ANSACheck

Líderes discursaram no evento inter-religioso - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

A Itália sedia a partir deste domingo (23) um encontro internacional pela paz organizado pela comunidade católica de Sant'Egidio, em um momento delicado para a Europa devido à guerra russa na Ucrânia.

Na abertura do evento, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, e seu homólogo francês, Emmanuel Macron, discursaram pela paz e contra o "tormento das infinitas guerras".

"Este é um compromisso que invoca a contribuição de cada um para que o 'grito pela paz' se espalhe com força sempre nova. É por isso que estamos aqui hoje, em muitos, de muitas partes do mundo", disse Mattarella.

Segundo o italiano, "não pode haver oposição entre meios e fins se você quer paz". "A paz não pode ser alcançada exaltando a guerra e a vontade de poder. Porque a paz é integral ou não existe. E não existe se não for corroborada pela verdade e pela justiça".

"A Constituição e o comportamento da República conformaram-se com esses princípios. Uma Constituição que é fruto de uma consciência dolorosamente amadurecida na ferocidade devastadora da Segunda Guerra Mundial, a que nos levaram as ditaduras do século 20", acrescentou Mattarella.

O líder da Itália enfatizou que "não existe guerra santa", em vez disso, deve "haver uma paz santa", a "serviço autêntico da humanidade e do seu futuro". Para ele, a desordem produz desordem e as guerras têm um efeito "dominó", multiplicador. "As guerras são contagiosas", enfatizou.

Em seu discurso, Mattarella lembrou que "não podemos entregar-nos à injustiça das situações de fato, nem ao tormento das 'infinitas' guerras". Além disso, afirmou que a Europa não pode e não deve deixar-se cair "prisioneira" da precariedade, incapaz de cumprir o seu papel natural de garantir a estabilidade no continente e nas áreas vizinhas.

"Nossa própria liberdade e prosperidade estão em jogo", garantiu ele, reforçando que "a infeliz guerra travada pela Rússia representa um desafio direto aos valores da paz, coloca o povo ucraniano em grave perigo todos os dias, afeta também o povo russo e gera consequências dramáticas para o mundo inteiro".

Por fim, Mattarella garantiu que "essa agressão distorce as regras, os princípios e valores da vida internacional, aprofunda as divisões na comunidade global", no lugar de "encontrar soluções cooperativas urgentes para problemas comuns: crises de saúde e alimentos, os efeitos devastadores das mudanças climáticas e ameaças terroristas".

Já o presidente da França intensificou suas críticas à guerra do regime Vladimir Putin na Ucrânia e lembrou do povo afetado pelo conflito.

"Falamos de paz, deste grito de paz, precisamente no momento em que os ucranianos lutam para resistir, para defender a sua dignidade, para proteger as suas fronteiras e a sua soberania.

Mas a paz é possível e é isso que eles [ucranianos] vão decidir e isso respeitará os direitos do povo soberano", declarou Macron.

"O grito da paz - Religiões e cultura em diálogo" acontece até o próximo dia 25 e contará com a presença de religiosos de mais de 40 países ao redor do mundo, incluindo representantes das Nações Unidas, do Banco Mundial e de outras grandes organizações internacionais.

Entre os nomes está o fundador de Sant'Egidio, Andrea Riccardi, e o presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), cardeal Matteo Zuppi, juntamente com o rabino-chefe da França, Haim Korsia, e o secretário-geral da Liga Mundial Muçulmana, Abdul Karim Al-Issa. O testemunho da ucraniana Olga Makar também será ouvido.

Ao todo, serão 14 fóruns programados dos próximos dois dias, antes do grupo se juntar ao papa Francisco na oração pela paz no Coliseu, em Roma, no dia 25.

Visita Macron -

Além do evento inter-religioso, Macron está em Roma para se reunir com Mattarella e participar de reuniões institucionais no âmbito do Tratado Itália-França de novembro de 2021.

A agenda do líder francês também inclui uma audiência com o papa Francisco nesta segunda-feira (24) e possivelmente um encontro com a nova premiê da Itália, Giorgia Meloni. (ANSA)

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