Manifestações em defesa da Ucrânia neste sábado (5) se tornaram palcos de disputas entre os partidos que fazem oposição ao governo da premiê de extrema direita da Itália, Giorgia Meloni.
O maior ato ocorreu em Roma, capital italiana, e reuniu dezenas de milhares de pessoas, incluindo lideranças do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) e do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda.
De acordo com os organizadores, 100 mil pessoas participaram da manifestação, mas a polícia fala em 30 mil indivíduos. Ao mesmo tempo, a legenda de centro Ação, do ex-ministro Carlo Calenda, capitaneou um protesto em Milão com cerca de mil manifestantes.
"Aqui não há bandeiras, mas apenas cidadãos dizendo ao governo que queremos negociações de paz, que a estratégia perseguida até agora não funciona", afirmou o ex-premiê Giuseppe Conte, presidente do M5S, em referência velada à estratégia ocidental de armar a Ucrânia para fazer frente à invasão russa.
"Os governantes elaboraram uma estratégia que não nos leva a uma porta de saída", acrescentou. Conte ainda ironizou o protesto liderado por Calenda em Milão, que teve um teor ostensivamente pró-Ucrânia e contra a Rússia. "Ainda não entendi se a manifestação de Milão é pela paz ou pela guerra", disse.
O líder do Ação, por sua vez, acusou o ex-primeiro-ministro de ser "de direita" e de ter feito um governo "putinista" e "pró-Trump" entre 2018 e 2019.
Já o também ex-premiê Matteo Renzi, aliado de Calenda, afirmou que é "absurdo" criar polêmica com outros protestos. "Mas é importante dizer que não há paz sem justiça", salientou.
Os partidos da coalizão de Meloni não participaram dos protestos deste sábado. (ANSA)
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