O governo italiano pediu nesta segunda-feira (14) uma reunião conjunta dos ministros das Relações Exteriores e do Interior da União Europeia (UE) para discutir a nova crise migratória no Mediterrâneo, responsável por provocar uma tensão diplomática com a França.
"A Itália pediu com grande firmeza que a questão da imigração seja abordada a nível da UE. Uma questão que afeta não apenas os países que fazem fronteira com o Mediterrâneo, mas também os da rota dos Balcãs, por isso é necessária uma solução comum", afirmou Tajani no fim do conselho de chanceleres da UE em Bruxelas, acrescentando que "os colegas ouviram as razões italianas".
O pedido é feito após a Itália recusar o desembarque de uma embarcação com 234 migrantes a bordo. A medida provocou uma crise diplomática com o governo de Emmanuel Macron, que suspendeu um acordo para acolher 3,5 mil solicitantes de refúgio que vivem no território italiano e aumentou os controles na fronteira entre os dois países.
Normas internacionais de navegação determinam que pessoas resgatadas em alto mar sejam levadas ao porto seguro mais próximo, papel que, no caso de migrantes socorridos no Mediterrâneo Central, caberia à Itália ou a Malta.
"As regras devem ser respeitadas porque resgate no mar é uma coisa, mas ter um encontro no mar que qualquer um traz pessoas, isso não é bom", disse o chanceler italiano sobre o resgate feito por navios de ONGs.
Questionado sobre o que a Itália fará com o próximo navio de ONG que transporta migrantes, ele respondeu que, "no que diz respeito aos acordos de realocação, estamos começando a manter as regras e estamos esperando por regras melhores".
Em Bruxelas, o ministro italiano ainda informou que sua intenção é ir à África, mas primeiro deve concluir sua visita aos Balcãs.
"Já ouvi os ministros das Relações Exteriores dos países do norte da África e estou em contato com o ministro líbio e é minha intenção visitar o continente o mais rápido possível", confirmou.
De acordo com ele, "são necessárias ações a curto, médio e longo prazo" e "um Plano Marshall para África com um investimento de pelo menos 100 bilhões de euros".
Por fim, Tajani revelou que na próxima semana visitará as cidades de Pristina e Belgrado para se encontrar com as autoridades e visitar os militares italianos. (ANSA)
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