O ex-primeiro-ministro da Itália Mario Draghi revelou que gostaria de ter continuado no cargo até o fim da legislatura.
O economista de 75 anos liderava um governo de união nacional desde fevereiro de 2021 e terminaria seu mandato apenas no início de 2023, mas acabou derrubado por uma crise política em julho passado, o que permitiu a ascensão da líder de extrema direita Giorgia Meloni.
"Eu tinha sido chamado, após uma vida, para um trabalho novo para mim e fiz o melhor que pude. Teria prazer em ficar para concluir o trabalho, se me tivesse sido permitido", disse Draghi em entrevista ao jornal Corriere della Sera.
Segundo o ex-premiê, sua queda ocorreu porque, com a aproximação do fim da legislatura, alguns partidos da coalizão começaram a se dissociar de algumas decisões do governo, como o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), hoje na oposição, e os conservadores Liga e Força Itália (FI), que apoiam Meloni.
"O M5S era cada vez mais contrário ao apoio militar à Ucrânia, apesar de ter inicialmente apoiado essa posição no Parlamento. FI e Liga eram contrários a alguns aspectos de reformas importantes, como a fiscal e a da concorrência, que já tinham sido aprovadas no Conselho dos Ministros", afirmou Draghi.
O ex-primeiro-ministro ainda ressaltou que hoje trabalha como "vovô" e não tem interesse em ocupar outros cargos públicos na Itália ou no exterior. Sobre Meloni, disse que não cabe a ele "julgar o governo, sobretudo depois de tão pouco tempo". (ANSA)
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