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'Basta de tráfico humano', diz Meloni sobre decreto para ONGs

'Basta de tráfico humano', diz Meloni sobre decreto para ONGs

Premiê italiana comentou medida em publicação no Instagram

ROMA, 04 janeiro 2023, 08:55

Redação ANSA

ANSACheck

Primeira-ministra da Itália publicou mensagem no Instagram - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

(ANSA) - A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, defendeu nesta terça-feira (3) o fim do "tráfico humano" após entrar em vigor um decreto-lei que endurece as punições e o controle para as ações de resgate das ONGs humanitárias.

"Imigração ilegal e tráfico de pessoas: se acaba na Itália que se enfurece contra quem respeita as regras e finge não ver quem as viola sistematicamente", declarou a premiê no Instagram, publicando um trecho das últimas "Notas de Giorgia".

Segundo ela, o direito internacional "não prevê que haja alguém que possa fazer o transporte no Mediterrâneo ou em qualquer outro mar e ir e vir para transferir pessoas de uma nação para outra".

O regulamento "quer limitar o resgate de migrantes ao que prevê o direito internacional, com regras bastante simples: se você cruzar um navio e salvar pessoas, deve levá-las para um local seguro, mas não as deixe a bordo até que o navio esteja cheio, o que não é um resgate acidental de náufragos", explicou Meloni.

"Em segundo lugar, deve haver coerência entre as atividades realizadas por alguns navios no Mediterrâneo e para o que estão registrados: navios comerciais indo e vindo para resgatar migrantes é bastante chocante", acrescentou.

Para a premiê da Itália, o "controle das pessoas a bordo, informações claras sobre os mecanismos de resgate e regras são necessárias para evitar que a segurança da embarcação que está sendo abordada seja comprometida no momento do resgate dessas pessoas a bordo".

"Regras rígidas que nos permitam respeitar o direito internacional", enfatizou Meloni, alertando que, "se estas regras não forem respeitadas, não há autorização para entrar em águas internacionais, e se esta autorização for violada, a embarcação será detida na primeira vez por dois meses, na segunda vez com apreensão para efeitos de confisco".

Por fim, a líder do partido Irmãos da Itália (FdI) disse que seu governo faz "isto para respeitar os migrantes, porque quem está a arriscar a sua vida tem direito a ser salvo, mas outra coisa é que estão a ser usados para o tráfico de seres humanos no terceiro milênio e continuam a fazer com que traficantes sem escrúpulos ganhem milhares de milhões de euros".

Denúncia -

Hoje, Fulvia Conte, chefe das operações de socorro a bordo do Geo Barents, navio que chegará amanhã (4) de manhã ao porto de Taranto, na Itália, com 85 pessoas a bordo, denunciou que há relatos de que migrantes foram mortos por não ter dinheiro para pagar a viagem.

"Um menino nos contou que viu com seus próprios olhos pessoas sendo mortas na sua frente porque não tinham dinheiro suficiente para pagar a viagem. Esta é a realidade do que está acontecendo na Líbia, do que acontece no Mediterrâneo central onde cada momento é importante entre a vida e a morte", concluiu.
   

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