(ANSA) - A primeira-ministra Giorgia Meloni afirmou nesta terça-feira (21), em visita a Kiev, que a Itália não vai "vacilar" em seu apoio à Ucrânia na guerra contra a Rússia.
Após se reunir com o presidente Volodymyr Zelensky, a premiê disse que reiterou o "total apoio da Itália diante da agressão russa" e que Moscou "subestimou a heroica reação de uma nação disposta a tudo para defender sua liberdade, identidade e soberania".
"A Itália não pretende vacilar e não o fará", prometeu Meloni, acrescentando que o apoio militar a Kiev será mantido até que existam condições para estabelecer negociações de paz. "Quem apoia a Ucrânia militarmente é quem trabalha pela paz", ressaltou.
A primeira visita de Meloni à capital ucraniana acontece na esteira das polêmicas envolvendo seu aliado e senador Silvio Berlusconi, que recentemente culpou Zelensky pela invasão russa.
"Para mim, valem os fatos, e os partidos da maioria apoiaram tudo o que o Parlamento foi chamado a votar em defesa da Ucrânia. Apesar de algumas declarações, o governo sempre se manteve unido", destacou a premiê.
Zelensky, por sua vez, rebateu as críticas do senador e ex-primeiro-ministro italiano, um amigo de longa data do presidente da Rússia, Vladimir Putin.
"Acho que a casa de Berlusconi nunca foi bombardeada, nunca chegaram com tanques no seu jardim, nunca assassinaram seus parentes, ele nunca teve de fazer as malas às 3h da madrugada para fugir, e tudo isso graças ao amor fraterno da Rússia", ironizou.
Armas
O encontro desta terça também serviu para debater o apoio militar da Itália à Ucrânia, mas Meloni deixou claro que, neste momento, não se discute o fornecimento de aviões de combate, como pede o governo Zelensky.
"Quando há um agredido, todas as armas são defensivas. Neste momento, não está na mesa o envio de aviões, é uma decisão a ser tomada com os parceiros internacionais. Estamos concentrados nos sistemas de defesa antiaérea, e a prioridade é defender infraestruturas e cidadãos", garantiu a premiê.
Além disso, Meloni ressaltou que a Itália trabalha na realização de uma conferência para a reconstrução da Ucrânia em abril e que qualquer iniciativa de paz deve ser decidida com Kiev. "Uma verdadeira paz se consegue reiterando que a comunidade internacional não aceita a invasão de Estados soberanos, não aceita um mundo no qual a força redesenha as fronteiras", disse.
A primeira-ministra também comparou a resistência ucraniana com o Ressurgimento italiano, movimento que levou à unificação do país no século 19.
"Houve um tempo em que se dizia que a Itália era apenas uma expressão geográfica, mas, com o Ressurgimento, ela demonstrou ser uma nação. Alguns diziam que seria fácil derrotar a Ucrânia porque ela não era uma nação, mas, com suas capacidades de combate, vocês demonstraram ser uma extraordinária nação", afirmou.
Durante sua visita, Meloni também passou por Bucha e Irpin, cidades dos arredores de Kiev que foram devastadas durante um breve período de ocupação russa logo no início da guerra, que completa um ano na próxima sexta-feira (24). (ANSA)
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