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Italiana presa na Hungria será candidata às eleições europeias

Italiana presa na Hungria será candidata às eleições europeias

Detida há 13 meses, Ilaria Salis poderá ser solta se for eleita

ROMA, 18 abril 2024, 14:58

Redação ANSA

ANSACheck

Protesto por soltura de Ilaria Salis em Turim - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

(ANSA) - A sigla italiana de oposição Aliança Verdes e Esquerda (AVS) anunciou nesta quinta-feira (18) que candidatará a professora Ilaria Salis, presa na Hungria por suposta agressão contra militantes de extrema-direita, às próximas eleições europeias.

Segundo os parlamentares Nicola Fratoianni e Angelo Bonelli, a decisão foi tomada em conjunto com o pai de Ilaria, Roberto Salis.

Presa há 13 meses e arriscando uma pena de 24 anos de prisão, Ilaria chocou a Itália e a Europa ao aparecer em sessões de julgamento no Tribunal de Budapeste acorrentada por mãos, pés e cintura.

Desde então, a Itália tem registrado protestos por sua soltura.

“Esta escolha quer tutelar os direitos e a dignidade de uma cidadã europeia, inclusive da inércia das autoridades italianas para obter uma rápida soltura para a prisão domiciliar, que foi negada na última decisão dos magistrados húngaros”, disseram Fratoianni e Bonelli.

“A ideia é que se possa gerar uma grande e generosa batalha para que a União Europeia defenda os princípios do Estado de Direito e reafirme a inviolabilidade dos direitos humanos fundamentais sobre todo o território”, prosseguiram.

Para eles, a candidatura é um gesto: “Pode servir para denunciar métodos incivis de detenção contra quem ainda aguarda julgamento”.

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, tem uma boa relação com o premiê húngaro de extrema-direita Viktor Orbán, mas afirmou ter pedido “dignidade” para Salis.

Nesta quinta, ela afirmou que uma eventual candidatura não mudará o trabalho do governo, mas fez ressalvas: “Já disse no passado que a politização da questão não ajuda”.

Gyorgy Magyar, advogado húngaro de Salis, disse à ANSA que as consequências de uma candidatura são incertas.

“Na Hungria, a imunidade parlamentar já começa na candidatura, mas não sei como é na Itália. Se fosse eleita eurodeputada, teria imunidade, e a corte húngara teria que pedir a suspensão da imunidade para julgar o caso, e a decisão caberia ao futuro Parlamento Europeu”, disse.

Segundo ele, porém, não se sabe qual seria a reação do tribunal, uma vez que os fatos julgados no processo são anteriores às eleições.

Já a advogada italiana Aurora D’Agostino, que acompanha o caso como observadora internacional pela associação “Giuristi Democratici” (Juristas Democráticos, em português), afirmou que, se eleita, Salis será solta: “Obviamente, o Parlamento Europeu poderia autorizar o prosseguimento do processo, mas enquanto isso ela veria o fim das horríveis condições de detenção que está sofrendo”.

As eleições europeias serão realizadas entre os dias 6 e 9 de junho. A Itália escolherá 76 deputados.

 
   

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