A polícia judiciária da Bélgica fez buscas nesta quarta-feira (29) em endereços em Bruxelas e Estrasburgo, na França, respectivamente na casa e no escritório de um funcionário do Parlamento Europeu, no âmbito das investigações sobre possíveis interferências russas.
O alvo é um ex-assistente do eurodeputado alemão da Alternativa para a Alemanha (AfD), Maximilian Krah, que recentemente renunciou aos cargos no partido e às atividades de campanha após declarações relativizando o nazismo em entrevista ao jornal italiano La Repubblica. Na ocasião, ele disse que os oficiais da polícia nazista "não eram todos criminosos".
Guillaume Pradoura, o alvo das buscas, atualmente é assistente do eurodeputado populista holandês Marcel de Graaff.
No passado, ele também trabalhou para o francês Nicolas Bay, na época membro da Reunião Nacional. Em 2019, porém, foi excluído da equipe do partido de Marine Le Pen devido à publicação de uma foto com conteúdo antissemita em que aparecia vestido como judeu ortodoxo.
As buscas, segundo o Ministério Público Federal belga, "estão relacionadas com o caso de interferência, corrupção passiva e pertencimento a uma organização criminosa com suspeitas de interferência russa" surgidas no final de março.
Segundo o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, Moscou teria contratado "alguns eurodeputados" para "espalhar sua propaganda".
A rede de influência começaria pelo site Voice of Europe, veículo de desinformação russa sediado em Praga, bloqueado primeiro pelo governo tcheco e agora por todos os 27 Estados-membros do bloco.
Iniciada pelos agentes secretos de Praga, a investigação foi assumida pela Bélgica e se expandiu também para Alemanha, França, Polônia, Países Baixos e Hungria.
Krah é o único eurodeputado oficialmente investigado até agora. Em 7 de maio, as forças de segurança da Bélgica haviam realizado buscas em seus escritórios no Parlamento Europeu em Bruxelas e nos escritórios do assistente Jian Guo.
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