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Ucrânia foi ferida em sua 'identidade e história', diz Papa

Ucrânia foi ferida em sua 'identidade e história', diz Papa

Papa disse que guerra é fruto de 'perverso abuso de poder'

VATICANO, 19 março 2022, 18:12

Redação ANSA

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Papa Francisco durante audiência geral no Vaticano, em 16 de março - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

O papa Francisco divulgou nesta sexta-feira (18) uma nova mensagem contra a guerra na Ucrânia e disse que o país foi ferido "em sua identidade".

"O grito de ajuda comovente de nossos irmãos ucranianos nos incita não apenas a uma séria reflexão, mas a chorar com eles e a nos empenhar por eles, a compartilhar a angústia de um povo ferido em sua identidade, na sua história e em sua tradição", afirmou Bergoglio em uma mensagem ao Conselho das Conferências Episcopais Europeias.

"Mais uma vez, a humanidade está ameaçada por um perverso abuso de poder e por interesses particulares, que condenam as pessoas indefesas a sofrer toda forma de violência brutal", acrescentou.

Desde o início da invasão russa na Ucrânia, em 24 de fevereiro, Francisco já fez diversos apelos em defesa da paz, recusando-se a reproduzir a narrativa russa de que trata-se apenas de uma "operação especial", e não de uma guerra.

Pouco antes da invasão, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez um discurso afirmando que a Ucrânia nunca teria sido um Estado independente se não fosse por Vladimir Lênin e que, após o colapso da União Soviética, o país optou por uma "imitação imprudente de modelos estrangeiros" que nada teriam a ver com sua história.

Em sua mensagem para os bispos europeus, o Papa ainda afirmou que a guerra "é um fracasso da política e da humanidade, um rendimento vergonhoso às forças do mal", e lamentou a eclosão de um conflito depois de dois anos de sofrimentos causados pela pandemia de Covid.

"Isso que estamos vivendo nas últimas semanas não é aquilo que esperávamos após a difícil emergência sanitária provocada pela pandemia, que nos fez experimentar a impotência e o temor, juntos com a condição de fragilidade da nossa existência", disse. (ANSA)

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