O papa Francisco dedicou boa parte das orações desse domingo (10) para pedir o fim da "loucura" da guerra na Ucrânia e em outras partes do mundo. Em duas celebrações, uma pelo Domingo de Ramos e outra no Angelus, o tema foi recorrente.
"Quando se usa a violência não se sabe mais nada sobre Deus, que é pai, e nem sobre os outros, que são os irmãos. Nós vemos hoje na loucura da guerra, onde se volta a crucificar Cristo. Sim Cristo está mais uma vez pregado na cruz nas mães que choram a morte injusta de maridos e filhos. Está crucificado nos refugiados que fogem das bombas com as crianças no colo. É crucificado nos idosos deixados sozinhos para morrer, nos jovens privados de futuro, nos soldados mandados para matar seus irmãos", disse durante a celebração.
Voltando a citar a fala de Jesus Cristo durante sua Paixão, Francisco repetiu: "Pai, perdoa porque eles não sabem o que fazem, no sentido daquela ignorância no coração que temos todos nós os pecadores".
"Com Deus sempre se pode voltar a viver. Coragem, caminhemos para a Páscoa com o seu perdão porque Cristo intercede junto ao pai por nós e cuidem do nosso mundo violento e ferido. Jesus não se cansa de repetir e nós devemos fazer isso agora em nosso coração, em silêncio, repetindo com Jesus: 'Pai, perdoa porque eles não sabem o que fazem'", disse aos fiéis.
Já durante o Angelus, o líder católico voltou a pedir uma trégua no conflito iniciado pela Rússia em 24 de fevereiro.
"Que se baixem as armas e se inicie uma trégua pascal. Mas, não para recarregar as armas e retomar os combates, não. Uma trégua para se chegar à paz através de uma verdadeira negociação, disposta também a qualquer sacrifício pelo bem das pessoas. De fato, que vitória é essa que plantará uma bandeira sobre um amontoado de escombros?", disse aos fiéis.
Citando Maria, Jorge Mario Bergoglio destacou que ela ouviu do Anjo do Senhor que "nada é impossível para Deus". "Então, rezemos para que cesse uma guerra da qual não se vê um fim, uma guerra que a cada dia nos coloca em frente aos olhos massacres hediondos e uma crueldade atroz cometida contra civis desarmados. Rezemos por isso", acrescentou.
O Vaticano informou que cerca de 50 mil pessoas participaram das duas celebrações neste domingo.
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