O núncio apostólico do Vaticano na Ucrânia, Visvaldas Kulbokas, afirmou nesta sexta-feira (29) que é "muito difícil" organizar uma possível viagem do papa Francisco a Kiev neste momento.
A declaração foi dada ao canal italiano de notícias Sky TG24, um dia depois de a Rússia ter bombardeado a capital ucraniana durante uma visita do secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres.
"Preparar uma visita oficial, até por razões de segurança, é verdadeiramente difícil. Vimos ontem à noite. O secretário-geral da ONU estava presente, ou seja, a humanidade, e os mísseis continuaram caindo. Uma visita tranquila, uma visita de oração, é difícil de se realizar", disse Kulbokas, que é o representante diplomático da Santa Sé em Kiev.
O núncio ainda cogitou a hipótese de uma "peregrinação do Papa pelos lugares de sofrimento", mas, segundo ele, "mesmo isso seria tecnicamente difícil". "É preciso muito tempo para chegar em Kiev, e depois mais tempo ainda para se dirigir a outras localidades. Seria muito cansativo", ressaltou - Francisco vem reclamando de recorrentes dores no joelho.
O próprio Jorge Bergoglio já disse que considera viajar a Kiev para passar uma mensagem de paz, mas, em entrevista recente ao jornal argentino La Nación, ressaltou que só fará a visita se isso contribuir para o fim da guerra ou para uma trégua entre Rússia e Ucrânia.
"De que serviria se o Papa fosse a Kiev e a guerra continuasse no dia seguinte?", justificou o pontífice. (ANSA)
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