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Hong Kong prende cardeal com base em lei de segurança nacional

Hong Kong prende cardeal com base em lei de segurança nacional

Joseph Zen foi solto mediante pagamento de fiança

PEQUIM, 11 maio 2022, 15:24

Redação ANSA

ANSACheck

Cardeal Joseph Zen (com o cálice nas mãos) celebra missa em memória do Massacre da Praça da Paz Celestial, em Hong Kong, 31 de maio de 2019 © ANSA/EPA

Um cardeal católico de 90 anos de idade foi preso por algumas horas em Hong Kong, nesta quarta-feira (11), com base na lei de segurança nacional imposta pela China em junho de 2020.

Joseph Zen foi detido junto com a ex-parlamentar de oposição Margaret Ng e com a cantora Denise Ho. Os três, de acordo com o jornal South China Morning Post, administravam um fundo de assistência para organizadores dos protestos pró-democracia de 2019.

Eles são acusados de "colusão com forças estrangeiras", um dos quatro crimes tipificados pela lei de segurança nacional de 2020 - os outros são separatismo, subversão e terrorismo. Poucas horas depois, no entanto, Zen foi solto mediante pagamento de fiança e deixou a delegacia em silêncio.

"A Santa Sé recebeu com preocupação a notícia da prisão do cardeal Zen e segue com extrema atenção o desenrolar da situação", disse o diretor da sala de imprensa vaticana, Matteo Bruni.

Zen é uma das vozes pró-democracia mais conhecidas de Hong Kong e também já criticou o Vaticano por negociar um acordo de nomeação de bispos com a liderança comunista da China. O tratado provisório está em vigor desde 2018, mas vence no próximo mês de outubro, e os dois lados conversam para estendê-lo.

A lei de segurança nacional imposta por Pequim vem sendo usada para calar a dissidência em Hong Kong e, na prática, acabou com o status de semiautonomia vigente até então na ex-colônia britânica.

O texto prevê penas de três anos de cadeia até prisão perpétua e autoriza a transferência de suspeitos para a China nos casos mais graves.

O Fundo de Ajuda Humanitária 612, do qual Zen era um dos fiduciários, auxiliou manifestantes presos a pagar despesas legais e médicas após os protestos de 2019, mas foi dissolvido em 2021, em meio ao endurecimento da repressão chinesa. (ANSA)
   

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