A Justiça de Araras, no interior de São Paulo, condenou o ex-padre Pedro Leandro Ricardo a 21 anos de prisão, em regime fechado, por atentado violento ao pudor contra duas pessoas.
A decisão foi publicada no Diário de Justiça da última sexta-feira (20) e informa que o religioso foi inocentado em outras duas denúncias pelo mesmo crime. Ricardo, que nega as acusações, poderá recorrer da decisão em liberdade. Em março passado, o papa Francisco já havia demitido o padre do estado clerical em decorrência das denúncias de abuso sexual.
A investigação teve início em 2019, após queixas de quatro ex-coroinhas da Paróquia São Francisco de Assis, em Araras, onde atuou entre 2003 e 2006, segundo a Diocese de Limeira. Na ocasião, Ricardo foi suspenso de suas funções em Americana.
Segundo o processo, os abusos ocorreram entre os anos de 2002 e 2005. A Justiça considerou o ex-padre culpado de dois casos envolvendo adolescentes. Já em relação às outras duas acusações, ele foi inocentado, porque, na época, sua conduta não era classificada como atentado violento.
"As vítimas não eram fruto do acaso. Ao revés, eram cuidadosamente escolhidas pelo réu que, ciente do poder reverencial que ostentava, por ser padre e, nesta qualidade, ante a ausência de lar estruturado, assumir o papel de figura paterna, delas se aproveitava para satisfação de sua lascívia", disse o juiz Rafael Pavan de Moraes Filgueira em sua decisão. (ANSA)
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