O Óbolo de São Pedro, sistema de arrecadação de donativos da Igreja Católica, registrou seu primeiro crescimento nas receitas desde 2015, mas fechou 2021 com prejuízo de 18,4 milhões de euros, o equivalente a R$ 97 milhões pela cotação atual.
De acordo com balanço divulgado pelo Vaticano, o Óbolo arrecadou 46,9 milhões de euros no ano passado (contra 44,1 milhões de 2020), sendo 44,5 milhões com doações e 2,5 milhões com encargos financeiros e outras atividades.
Já as despesas totalizaram 65,3 milhões de euros, e o déficit de 18,4 milhões foi coberto com recursos do patrimônio da Santa Sé.
A maior parte dos donativos (65,3%) chegou das dioceses católicas espalhadas pelo mundo, enquanto 22% correspondem a repasses feitos por fundações.
Apenas 9% das doações foram realizadas diretamente por pessoas físicas, e 3,7%, por ordens religiosas. Os EUA continuam sendo a principal fonte de recursos para o Óbolo, com 29,3% do total, seguidos por Itália (11,3%), Alemanha (5,2%), Coreia do Sul (3,2%) e França (2,7%).
O Óbolo de São Pedro está no centro de um processo judicial no Vaticano que tem como réu o poderoso cardeal Angelo Becciu, acusado de usar dinheiro de donativos para financiar a aquisição de um edifício em Londres quando era o "número 2" da Secretaria de Estado, principal dicastério da Cúria.
Esses recursos geralmente são empregados para ações de caridade, e não para investimentos imobiliários da Santa Sé, mas Becciu nega a acusação. (ANSA)
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