O papa Francisco homenageou neste domingo (28) a "resiliência" e "dignidade" da população da cidade de L'Aquila, na região de Abruzzo, afetada duramente por um forte terremoto em 2009 e do qual ainda não se recuperou totalmente.
"Vocês, pessoas de L'Aquila, vocês mostraram um caráter resiliente. Enraizado em sua tradição cristã e cívica, permitiu que vocês suportassem o impacto do terremoto e iniciasse imediatamente o trabalho corajoso e paciente de reconstrução", disse o Pontífice em encontro com as famílias das vítimas do tremor.
O terremoto de 6 de abril de 2009 matou mais de 300 pessoas, feriu 1,6 mil e provocou danos significativos na cidade, que está reconstruindo gradualmente os seus edifícios, sobretudo no centro histórico.
"Havia tudo para reconstruir: as casas, as escolas, as igrejas. Mas, como bem sabem, isso se faz junto com a reconstrução espiritual, cultural e social das comunidades cívicas e eclesiais", acrescentou o Papa, lembrando que o "renascimento pessoal e coletivo é um dom da graça e é também fruto do empenho de todos".
De acordo com o argentino, "quem sofreu deve ser capaz de valorizar o seu próprio sofrimento, deve entender que na escuridão vivida também recebeu o dom de compreender a dor dos outros".
A mensagem também se referiu a um "terremoto da alma", que coloca cada pessoa "em contato com a sua própria fragilidade, os seus próprios limites, a sua própria miséria".
"O cristão sabe que a sua vida não é uma carreira à maneira deste mundo, mas uma carreira à maneira de Cristo, que dirá de si mesmo que veio para servir e não para ser servido", prosseguiu.
Francisco pediu a "colaboração", "sinergia" e "um compromisso de visão de longo prazo porque estamos trabalhando para as crianças, para os netos, para o futuro".
Segundo ele, para a reconstrução pós-terremoto em L' Áquila, é preciso do compromisso de "todos, todos juntos".
Por fim, Jorge Bergoglio saudou uma delegação de detentos presentes na cerimônia. "Mesmo nas prisões há muitas, demasiadas vítimas. Aqui hoje sois um sinal de esperança na reconstrução humana e social".
"Renovo minha saudação a todos vocês e abençoo cordialmente o coração de vocês, de suas famílias e todos os cidadãos", concluiu.
Após o encontro com familiares das vítimas do sismo, Francisco seguiu para presidir a celebração da Missa na Basílica de Santa Maria de Collemaggio, com o rito de abertura da Porta Santa, para a "celebração do Perdão".
Logo depois, o Papa, utilizando sua cadeira de rodas para se locomover e um capacete, dirigiu-se à Catedral, ainda inutilizável por causa do tremor, e fez uma inspeção.
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