As relações entre a Igreja Ortodoxa Russa e a Igreja Católica Romana estão "praticamente congeladas", disse nesta segunda-feira (3) o metropolita Antonio de Volokolamsk, chefe do Departamento para as Relações Eclesiásticas Externas do Patriarcado de Moscou.
"Ultimamente, infelizmente, devo dizer que nossas relações estão praticamente congeladas", declarou ele no programa "Church anda the World", na emissora "Russia-24 TV".
Segundo o metropolita, alguns comentários do papa Francisco e de seus assistentes "não contribuem de forma alguma" para a preparação de um encontro de Jorge Bergoglio com o Patriarca Cirilo e para uma maior cooperação entre as duas Igrejas".
Como exemplo, o representante da Igreja Ortodoxa russa lembrou que o último encontro entre os dois líderes religiosos, realizado em março por meio de comunicação remota, foi de "natureza benevolente".
No entanto, passado algum tempo, a Igreja russa se surpreendeu ao ler a entrevista do Pontífice, na qual ele "admitia expressões absolutamente inadmissíveis neste contexto e informava que o encontro não se realizaria e que, em geral, ele não estava indo a lugar nenhum".
Volokolamsk enfatizou ainda que a preparação de um encontro em Jerusalém foi suspensa pelo Vaticano.
Francisco e Cirilo tiveram um histórico encontro em fevereiro de 2016 em Cuba e realizaram uma videoconferência em 16 de março deste ano, quando o líder católico alertou o patriarca ortodoxo que "as guerras são sempre injustas" e que figuras religiosas "não devem usar a linguagem da política".
Cirilo está alinhado ao regime de Vladimir Putin e já demonstrou apoio público à invasão da Ucrânia pela Rússia. Além disso, culpou o Ocidente e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pelo conflito.
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