O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, falou nesta sexta-feira (4) sobre a guerra da Rússia na Ucrânia e disse que Moscou está dando "alguns pequenos sinais" na "direção do bom senso".
O número dois do Vaticano, que está no Bahrein ao lado do papa Francisco, porém afirmou que a proposta francesa para que a Santa Sé intermediasse as negociações de paz entre Moscou e Kiev, não avançou.
"Infelizmente, não há passos adiante, mas permanece sempre a disponibilidade da Santa Sé de ajudar de qualquer maneira possível", acrescentou.
Após se reunir com o Papa no Vaticano, no fim de outubro, o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que iria encaminhar uma proposta de mediação de paz para a Rússia que contaria com o líder católico como um dos mediadores.
A princípio, o Kremlin disse que via a ideia como "positiva", mas depois, ironizou a proposta dizendo que Paris oferecia com uma mão as negociações de paz e com a outra armas para a Ucrânia.
O cardeal, então, foi questionado sobre a postura do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que por várias vezes afirmou que não há clima para que negociações ocorram. Para o chefe de Kiev, é preciso que as tropas russas saiam do território para iniciar as conversas.
"O Papa em seu tempo disse, há cerca de um mês, que pedia também ao presidente Zelensky de estar aberto a sérias propostas de paz porque, se não for assim, nunca se sairá disso. E esse convite permanece", afirmou Parolin.
O secretário de Estado ainda ressaltou que o pontífice "está muito preocupado" com a situação no campo de batalha e que "espera que suas palavras abram espirais de paz" na Ucrânia. Falando sobre uma reunião que teve na ONU com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em outubro deste ano, Parolin ressaltou que o russo "repetiu a sua versão, a versão russa" sobre a guerra.
"Eu lhe apresentei as preocupações do Santo Padre. O Papa está muito preocupado e me parece que nesse período, em cada quarta-feira [dia da audiência geral] e em cada ocasião que teve de falar, ele sempre voltou a se exprimir, além do apelo para que a guerra acabe e se comecem negociações da paz, também a sua pessoal preocupação", acrescentou.
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