O esmoleiro do Papa Francisco, cardeal Konrad Krajewski, começou a viagem de retorno ao Vaticano nesta terça-feira (27) após passar cerca de uma semana em cidades ucranianas para entregar geradores de eletricidade e blusas térmicas para a população.
Essa foi a quinta missão do religioso à Ucrânia desde o início da guerra, em fevereiro. O cardeal ainda relatou uma mensagem de voz que recebeu do pontífice enquanto estava em Kiev, local onde Krajewski também realizou cerimônias religiosas pelo Natal.
"O Santo Padre me enviou uma mensagem pelo WhatsApp. Disse que estava contente por eu estar aqui, de estar próximo ao povo ucraniano por meio da Esmolaria. De poder confirmar as pessoas na fé, rezar com eles, estar com eles, comer com eles, sofrer com eles porque aqui todos sofrem. Basta pensar nos grandes palácios sem luz, sem água, com as pessoas nem podendo tomar banho", relatou ao portal católico "Vatican News".
Além da entrega dos equipamentos, Krajewski também se reuniu com membros da comunidade católica e greco-católica, fez uma refeição comunitária com 150 voluntários de vários países do mundo que atuam em áreas de conflito e visitou as Missionárias da Caridade, a organização fundada por Santa Teresa de Calcutá.
O cardeal deixou a capital do país e está se dirigindo com o caminhão de ajuda humanitária até Lviv, onde ainda terá um encontro religioso com padres greco-católicos. De lá, pega uma van em direção à Itália.
"Rodei um pouco... agora estou pronto para fazer os dois mil quilômetros até Roma", disse entre risadas.
Apesar de já ter entregue todas as blusas térmicas que tinha recebido de grandes empresas italianas ou adquirido com recursos próprios, a Esmolaria segue com uma campanha online de arrecadação de dinheiro para comprar mais roupas do tipo.
Iniciada em 15 de dezembro, a meta dos 100 mil euros foi superada em apenas quatro dias e, por conta do volume de doações, seguirá recebendo doações até 8 de janeiro. Até o momento, já foram arrecadados mais de 222,6 mil euros pelo portal Eppela.
O foco nas blusas térmicas e na entrega de geradores ocorre por conta da estratégia russa de atacar plantas energéticas ucranianas. Por conta da destruição de grande parte da infraestrutura civil, a Ucrânia sofre com constantes apagões e problemas no fornecimento de água em meio ao rigoroso inverno.
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