(ANSA) - O papa emérito Bento XVI não foi uma sombra de Jorge Bergoglio e não teve influência na política da Igreja Católica, após sua renúncia em 2013. A declaração foi dada pelo biógrafo de Joseph Ratzinger, o jornalista alemão Peter Seewald, em entrevista à ANSA divulgada nesta segunda-feira (2).
"Quem observou os últimos 10 anos em que Bento XVI foi papa emérito sabe que Bento evitou tudo que, mesmo remotamente, pudesse criar interferência no campo de seu sucessor", declarou ele, afirmando que o religioso não tinha mais poder nem influência.
De acordo com Seewald, depois que se aposentou, Bento XVI disse que prometeria obediência ao papa Francisco, independentemente do que acontecesse, e manteve sua palavra.
"Qualquer conversa sobre o papa 'sombra' ou sua influência é um completo absurdo", enfatizou o jornalista alemão.
No relato, Seewald reforçou ainda que "não há citação que possa ser usada para demonstrar tal coisa". "Mesmo nas entrevistas que fiz com ele: sempre tentei falar sobre a política atual da igreja e ele sempre negou qualquer resposta. Ele não era obstáculo para o papa Francisco. Ele o aconselhava quando era procurado".
Por fim, o biógrafo lembrou que as ideias dos dois religiosos "não coincidiam em tudo", além de terem "carismas e temperamentos diferentes".
"Também sabemos que Francisco já fala de Bento como um santo. E diz que os ensinamentos dele são indispensáveis para o futuro da Igreja e serão sempre incisivos de geração em geração", concluiu.
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