(ANSA) - A decoração em mosaicos do Santuário Nacional de Aparecida corre o risco de ficar incompleta devido às denúncias de abuso movidas contra o jesuíta esloveno Marko Rupnik, idealizador da obra e ícone da arte sacra contemporânea.
A primeira parte do projeto, referente à fachada norte, foi inaugurada em março de 2022, com mosaicos representando cenas da Bíblia, mas o escândalo envolvendo o padre-artista lançou incertezas sobre a conclusão dos outros três lados do templo.
"Quanto às obras em Aparecida, há uma grande equipe de artistas envolvidos, não somente o padre Rupnik, e imagino que possam continuar sem a presença do padre Rupnik", disse o sacerdote belga Johan Verschueren, coordenador do inquérito contra o jesuíta na Companhia de Jesus, à BBC News Brasil.
Segundo a rede britânica, pelo menos 20 mulheres adultas - incluindo nove freiras - e um homem acusam Rupnik de abusos sexuais, psicológicos e espirituais, tanto na Eslovênia quanto na Itália, onde ele vive há mais de 30 anos.
Por enquanto, o jesuíta foi proibido pela Companhia de Jesus de realizar trabalhos artísticos, o que o impede de coordenar a realização dos mosaicos em Aparecida.. A fachada já inaugurada tem 4 mil metros quadrados e é a maior obra já feita pelo esloveno.
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