(ANSA) - O papa Francisco voltou a mencionar a guerra na Ucrânia durante a audiência geral desta quarta-feira (5) e pediu orações para as mães dos soldados envolvidos no conflito.
"Nesta Semana Santa da Paixão de Cristo, celebrando sua morte injusta, lembro de maneira particular todas as vítimas dos crimes de guerra e, enquanto convido para rezar por eles, elevemos uma súplica a Deus para que os corações de todos se convertam. E olhando Maria perante à cruz, o meu pensamento vai para as mães: às mães dos soldados ucranianos e russos que morreram na guerra. São mães de filhos mortos. Rezemos por elas", afirmou aos presentes.
Ao fim das saudações, o líder católico ainda reforçou o pedido para que os fiéis não esqueçam de rezar "pela martirizada Ucrânia".
Ida a Mariupol
Também nesta quarta, o núncio católico na Ucrânia, Visvaldas Kulbokas, revelou ao jornal católico "Avvenire" que o Papa iria fazer uma viagem a Mariupol, um dos palcos mais dramáticos e sangrentos da guerra na Ucrânia, em maio do ano passado.
Na época, falava-se em um plano de evacuação de civis e militares sob ataques da Rússia.
"Enquanto preparávamos o plano [de retirada], nós pedimos se o Santo Padre podia estar presente em Mariupol como um garantidor moral, e o Papa disse sim. Já em maio nós tivemos a aprovação do Santo Padre, mas depois esse plano não funcionou", disse o religioso sem explicar o motivo da desistência.
No entanto, a entrevista de Kulbokas foi replicada pelo site da Conferência Episcopal ucraniana e, em determinada parte do texto, o órgão ressalta que "em abril do ano passado, circularam informações que o Santo Padre tinha pedido ao presidente da Rússia, por três vezes, a evacuação das pessoas em Mariupol - e por três vezes isso foi negado".
Em maio de 2022, Francisco recebeu em audiência no Vaticano um grupo de mulheres que eram esposas ou mães dos soldados e moradores civis homens que estavam ainda presos em Mariupol.
Não se sabe o número certo de vítimas na cidade ucraniana, com dados que variam entre 20 mil e 100 mil mortes. Cerca de 90% da infraestrutura e dos prédios da localidade foram destruídos na batalha e, atualmente, militares e políticos russos controlam Mariupol.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA