(ANSA) - O papa Francisco celebrou nesta quinta-feira (6) a missa crismal da Páscoa, na Basílica de São Pedro, e cobrou que os padres, bispos e cardeais não caiam e nem criem divisões dentro da Igreja Católica - um tema bastante recorrente por conta das claras diferenças entre conservadores e progressistas.
"Irmãos, construir a harmonia entre nós não é uma questão de estratégia ou de cortesia, mas é sobretudo uma exigência interna na vida do Espírito. Peca-se contra o Espírito Santo, que é comunhão, quando nos tornamos, mesmo que por frivolidades, instrumentos de divisão com as fofocas. E isso faz o jogo do inimigo, fazendo tudo escondido e fazendo boatos e insinuações, fomentando partidos e facções, alimentando a nostalgia do passado, a desconfiança, o pessimismo e o medo", disse aos religiosos.
Segundo Francisco, é preciso ficar "atentos para não sujar a unção do Espírito e veste a Santa Mãe Igreja com a desunião, com as polarizações, com a falta de caridade e de comunhão". Além disso, pediu que os sacerdotes sejam "protetores da harmonia", acolhendo e perdoando a todos, e fazendo uma autorreflexão sobre os comportamentos em comunidade.
"Se o povo vê em nós pessoas insatisfeitas e desanimadas, que reclamam, que criticam e apontam o dedo, onde está a harmonia? Quantos não se aproximam ou se afastam porque na Igreja não se sentem ouvidos e amados, mas olhados com desconfiança e julgados? Em nome de Deus, acolhamos e perdoemos sempre. E lembremos que sermos nervosos ou aqueles que só reclamam, além de não produzir nada de bom, corrompe o anúncio do Evangelho porque Deus é comunhão e harmonia", pontuou ainda.
Em outro ponto de sua homilia, o pontífice ainda voltou a criticar o clericalismo e aqueles que viram "clérigos de Estado", esquecendo sua missão pastoral.
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