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Via Crucis do Papa no Coliseu vai destacar 'guerras do mundo'

Via Crucis do Papa no Coliseu vai destacar 'guerras do mundo'

Refugiados de conflitos vão carregar cruz da procissão

CIDADE DO VATICANO, 07 abril 2023, 14:08

Redação ANSA

ANSACheck

Via Crucis no Coliseu será realizada nesta sexta-feira - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

(ANSA) - A Via Crucis presidida pelo papa Francisco, em procissão no Coliseu de Roma, terá como tema principal as guerras no mundo e o apelo pela paz, informam fontes ligadas ao Vaticano nesta sexta-feira (7).

Para carregar a cruz entre as estações, foram selecionados refugiados que fogem de diversos conflitos atuais, da Ucrânia a Nigéria, do Iraque ao Sudão do Sul, da Síria à República Democrática do Congo (RDC). A escolha por eles reforça um dos assuntos mais debatidos pelo Papa em suas mensagens e celebrações, a chamada "terceira guerra mundial em partes".

As meditações oficiais para cada uma das estações serão divulgadas pouco antes do início da procissão, que começa a partir das 21h15 (16h15 no horário de Brasília). Mas, as mesmas fontes informam que também poderão ser feitas menções às atuais tensões político-sociais no Oriente Médio e na área dos Balcãs.

Para ajudar na organização da Via Crucis, ainda teriam sido envolvidas as organizações que ajudam os migrantes que vivem na Itália.

No caso da Ucrânia, teria contribuído a Igreja Greco-Católica de Santa Sofia, em Roma, que atua na ajuda humanitária dos ucranianos refugiados no país desde o início da guerra, em fevereiro do ano passado, além da forte atuação da Esmolaria do Papa, liderada pelo cardeal Konrad Krajewski.

Russo e ucraniano

Um ucraniano e um russo devem carregar juntos a cruz em uma das estações da procissão desta sexta, informam fontes ligadas ao Vaticano. Eles devem fazer o ato na 10ª Estação (“Jesus é despido de suas vestes”). 

“Vozes de paz dos jovens da Ucrânia e da Rússia” é o título da meditação e os dois devem relatar brevemente suas experiências na guerra. “Jesus, por favor, faça que exista paz no mundo e que todos possamos ser irmãos”, diz um trecho do texto visto pela ANSA. 

No ano passado, também duas amigas – russa e ucraniana – carregaram a cruz, mas as suas meditações não foram lidas por conta de um incidente diplomático com Kiev.

Já a primeira estação, ainda conforme as fontes, será dedicada à Terra Santa.

O embaixador ucraniano no Vaticano, Andrii Yurash, criticou a decisão do Vaticano de incluir o jovem russo na procissão.

"Eles esquecem que dizer que o pai e avô [do jovem] foram para a Ucrânia para matar não só o pai do rapaz ucraniano, mas toda a sua família - e não vice-versa", disse aos jornalistas.

O jovem escolhido, segundo texto divulgado por fontes, vai dizer que se "sente culpado" por ser russo e que perdeu o irmão mais velho na guerra. Já sobre o pai e o avô, ele não teve mais notícias.
   

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