(ANSA) - O grupo italiano Última Geração chamou o Vaticano de "hipócrita" e anunciou que pretende recorrer da sentença contra dois ambientalistas condenados por danificar uma escultura exposta nos chamados "Museus do Papa".
Em um comunicado, o grupo, que é o braço italiano do Extinction Rebellion, criticou a pena de nove meses de prisão para os responsáveis pelo ato.
"O Vaticano, uma das últimas monarquias absolutistas do mundo, demonstra toda a sua hipocrisia com esta sentença. É desproporcional e absurda uma condenação a nove meses de prisão para duas pessoas que simplesmente quiseram jogar luz sobre aquilo que o Papa escreve e prega", destacou o movimento, em referência aos repetidos pedidos do líder da Igreja Católica para proteger o meio ambiente.
Em agosto passado, os ambientalistas Ester Goffi e Guido Viero colaram suas mãos na base da icônica "Laocoonte e Seus Filhos", feita pelos escultores Agesandro, Atedonoro e Polidoro.
Segundo o Tribunal do Vaticano, os danos na base da escultura foram causados por um "adesivo sintético resistente e corrosivo".
O Última Geração, que já foi responsável por inúmeros ataques em pontos turísticos da Itália, também reclamou da quantidade de multas dadas aos ativistas.
"Mais de 3 mil euros em multas e outra de 28 mil em danos por algumas gotas de cola em um bloco de mármore colocado sob os pés do 'Laocoonte' em 1815. Gostaríamos de ouvir a voz do mundo católico, aquele que nem sequer apoiou o Última Geração, para perceber se há alguma intenção concreta [de proteção ao meio ambiente]", finalizou.
Os recentes protestos do Última Geração fizeram com que o governo italiano baixasse uma lei que, entre outras penalizações, prevê multas de 20 a 60 mil euros para quem vandaliza monumentos públicos culturais.
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