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Papa alerta que fundamentalismos religiosos comprometem paz

Papa alerta que fundamentalismos religiosos comprometem paz

Francisco participou de encontro ecumênico na Mongólia

ULAN BATOR, 03 setembro 2023, 15:47

Redação ANSA

ANSACheck

Papa durante encontro ecumênico - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

(ANSA) - Durante encontro ecumênico e inter-religioso na Mongólia, o papa Francisco alertou neste domingo (3) que os fundamentalismos religiosos comprometem a paz e defendeu o poder da religião para resolver conflitos.

"O fechamento, a imposição unilateral, o fundamentalismo e as forças ideológicas arruínam a fraternidade, alimentam as tensões e põem em risco a paz", disse o Pontífice, ressaltando que "o altruísmo constrói a harmonia e onde há harmonia há compreensão, prosperidade, beleza".

Além disso, explicou que "as religiões são chamadas a oferecer ao mundo esta harmonia, que o progresso técnico por si só não pode dar porque, visando a dimensão terrena, horizontal do homem, corre o risco de esquecer o céu para o qual fomos feitos".

Francisco apelou aos líderes políticos para que se inspirem na religião e escolham "o caminho do encontro e do diálogo".

"O fato de estarmos juntos no mesmo lugar já é uma mensagem: as tradições religiosas, na sua originalidade e diversidade, representam um formidável potencial de bem ao serviço da sociedade, e o diálogo com os outros contribuiria de forma decisiva para o fim dos conflitos que continuam a causar sofrimento a tantos povos", enfatizou.

Para ele, "se os líderes das nações escolhessem o caminho do encontro e do diálogo com os outros, dariam uma contribuição decisiva para pôr fim aos conflitos que continuam a fazer sofrer tantos povos".

Ao lado de monges budistas, xamãs mongóis, islâmicos, judeus e um padre ortodoxo russo, o Papa citou frases de Buda e Gandhi.

Ele destacou que, "quando nos encontramos, comprometemo-nos a partilhar o grande bem que recebemos, para enriquecer uma humanidade que no seu caminho está muitas vezes desorientada por buscas míopes de lucro e bem-estar".

Hoje, Jorge Bergoglio também tornou-se o primeiro Papa a presidir uma missa no território mongol, perante a uma pequena comunidade católica local, e apresentou a fé cristã como resposta para a "sede" de felicidade.

"Trazemos dentro de nós uma sede inextinguível de felicidade; andamos à procura de significado e orientação para a nossa vida, de motivação para as atividades que realizamos cada dia. Queridos irmãos e irmãs, a fé cristã é resposta a esta sede", declarou ele, na homilia da celebração, que reuniu cerca de 2 mil pessoas na Arena Estepe, de Ulan Bator, capital da Mongólia.

Por fim, o Santo Padre falou de um "território imenso, rico de história e cultura, mas caraterizado também pela aridez do deserto". "Todos somos nômades de Deus, peregrinos à procura da felicidade, viandantes sedentos de amor", sustentou ele, convidando todos a fazer da sua vida uma "oferta de amor'", a Deus e ao próximo.
   

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