(ANSA) - O presidente da Conferência Episcopal Italiana e enviado do Vaticano, cardeal Matteo Zuppi, se reunirá com o representante especial do governo chinês para assuntos eurasiáticos, Li Hui, durante sua missão de três dias a Pequim para discutir a guerra na Ucrânia.
A informação foi divulgada nesta quarta-feira (13) pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, em uma coletiva de imprensa.
"Sobre a questão da Ucrânia, a China continua empenhada em promover conversações de paz e está disposta a trabalhar com todas as partes para continuar a desempenhar um papel construtivo na promoção da redução das tensões e do esfriamento da situação", declarou Mao.
Desde o início da guerra russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022, a China adotou uma postura de "neutralidade" e se absteve de condenar Moscou e fornecer cobertura diplomática, embora sua posição oficial é conseguir um cessar-fogo e uma solução política para a crise.
O Ministério das Relações Exteriores não divulgou outros detalhes da visita que acontece em meio a turbulências nas relações entre o Papa e a Ucrânia, após o argentino ter feito menção à "grande mãe Rússia" em um discurso recente para jovens.
Até agora, Zuppi já passou por Kiev, Moscou e Washington para identificar iniciativas que possam abrir caminhos para a paz no território ucraniano.
Receber um enviado papal de alto nível é visto como uma medida significativa, dado os laços frios de Pequim com a Santa Sé e tendo em vista que o Vaticano possui relações bilaterais com Taiwan e é o único Estado da Europa a reconhecer Taipé, cuja China considera parte integrante do seu território.
Os laços sino-vaticanos têm passado por momentos de forte turbulência também devido a divergências sobre as nomeações de bispos na China. O Vaticano reclama que Pequim nomeou bispos unilateralmente várias vezes, violando um pacto histórico de 2018.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA