(ANSA) - O papa Francisco realizou a tradicional bênção Urbi et Orbi neste domingo (31), data em que os católicos celebram a Páscoa, e voltou a pedir paz no mundo afetado por diversas guerras.
Além dos principais conflitos deflagrados nos últimos anos, o Pontífice abordou vários temas que atingem a população, como as crises migratória e climática, o terrorismo, aborto, tráfico de seres humanos, entre outros.
Confira:
Ucrânia e Rússia: "Ao mesmo tempo em que apelo ao respeito pelos princípios do direito internacional, espero uma troca geral de todos os prisioneiros entre a Rússia e a Ucrânia: todos por todos".
Israel e Palestina: "Faço novamente um apelo para que seja garantido o acesso da ajuda humanitária a Gaza e insisto, uma vez mais, na pronta libertação dos reféns sequestrados em 7 de outubro e em um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza".
Além disso, evocou as "vítimas dos muitos conflitos em andamento no mundo, a começar pelos que ocorrem em Israel, na Palestina e na Ucrânia", saudando as populações da "Cidade Santa de Jerusalém, testemunha do mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus, e todas as comunidades cristãs da Terra Santa".
Civis e crianças: "Não permitamos que as hostilidades em andamento continuem a afetar seriamente a população civil, já exausta, especialmente as crianças. Quanto sofrimento vemos nos olhos das crianças, esqueceram-se de sorrir, essas crianças nas terras de guerra. Com o seu olhar perguntam-nos: por quê? Por que tanta morte? Por que tanta destruição?".
Europa e Mediterrâneo: "A guerra é sempre um absurdo e uma derrota! Não permitamos que ventos de guerra cada vez mais fortes soprem sobre a Europa e o Mediterrâneo. Não cedam à lógica das armas e do rearmamento. A paz nunca se constrói com armas, mas estendendo as mãos e abrindo os corações", afirmou".
Síria: "Não esqueçamos a Síria, que há 14 anos sofre as consequências de uma guerra longa e devastadora. Tantas mortes, pessoas desaparecidas, tanta pobreza e destruição aguardam respostas de todos, incluindo da comunidade internacional".
Líbano: "Hoje o meu olhar dirige-se de maneira especial ao Líbano, há muito afetado por um bloqueio institucional e por uma profunda crise econômica e social, agora agravada pelas hostilidades na fronteira com Israel".
Região dos Balcãs: "Um pensamento particular vai à região dos Balcãs Ocidentais, onde estão a ser dados passos significativos para a integração no projeto europeu: as diferenças étnicas, culturais e confessionais não devem ser uma causa de divisão, mas tornar-se uma fonte de riqueza para todo o conjunto".
Armênia e Azerbaijão: "Encorajo as conversações entre a Armênia e o Azerbaijão, para que, com o apoio da comunidade internacional, possam continuar o diálogo, ajudar os deslocados, respeitar os locais de culto das diferentes confissões religiosas e chegar a um acordo o mais rapidamente possível de paz que é definitiva".
Haiti: "Que o Ressuscitado ajude o povo haitiano para que cesse o mais rápido possível a violência que dilacera e ensanguenta o país e possa progredir no caminho da democracia e da fraternidade".
Myanmar: "Que [Cristo] dê conforto aos rohingya, afligidos por uma grave crise humanitária, e abra o caminho à reconciliação em Myanmar, dilacerado por anos de conflitos internos, para que qualquer lógica de violência seja definitivamente abandonada".
Continente Africano: "Que abra caminhos de paz no continente africano, especialmente para as populações que sofrem no Sudão e em toda a região do Sahel, no Corno de África, na região do Kivu, na República Democrática do Congo e no Província do Cabo Delgado, em Moçambique, e põe fim à situação de seca prolongada que afeta vastas áreas e causa fome".
Migrantes e pobres: "Que o Ressuscitado ilumine os migrantes e aqueles que atravessam um período de dificuldades econômicas, oferecendo-lhes conforto e esperança nos momentos de necessidade. Que Cristo guie todas as pessoas de boa vontade a unirem-se na solidariedade, a enfrentarem juntas os numerosos desafios que pairam sobre as famílias mais pobres na sua busca de uma vida melhor e de felicidade".
Crises humanitárias e tráfico de pessoas: "A Igreja revive o espanto das mulheres que foram ao sepulcro na madrugada do primeiro dia da semana. O túmulo de Jesus foi fechado com uma grande pedra, demasiada pesada; e assim ainda hoje pedras pesadas fecham as esperanças da humanidade: a rocha da guerra, a rocha das crises humanitárias, a rocha das violações dos direitos humanos, a rocha do tráfico de seres humanos, e outras".
"Quem removerá estas pedras para nós?", questionou ele, reforçando que "a pedra, aquela grande pedra, já foi removida". "O espanto das mulheres é o nosso espanto: o túmulo de Jesus está aberto e está vazio".
Terrorismo e mudanças climáticas: "Um caminho de esperança às pessoas que em outras partes do mundo sofrem violências, conflitos, insegurança alimentar, bem como os efeitos das mudanças climáticas" e pediu "conforto às vítimas de todas as formas de terrorismo".
"Neste dia em que celebramos a vida que nos foi dada na ressurreição do Filho, recordemos o amor infinito de Deus por cada um de nós: um amor que ultrapassa todos os limites e cada fraqueza. No entanto, como o precioso dom da vida é tantas vezes desprezado?".
"Quantas crianças não conseguem nem ver a luz? Quantas morrem de fome ou são privadas de cuidados essenciais ou são vítimas de abusos e violência? Quantas vidas são tornadas objeto de comercialização para o crescente comércio de seres humanos?", afirmou.
Por fim, Francisco pediu que "a luz da ressurreição ilumine as nossas mentes e converta os nossos corações, tornando-nos conscientes do valor de cada vida humana, que deve ser acolhida, protegida e amada".
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