Em um encontro em Roma, na Itália, o papa Francisco criticou nesta sexta-feira (20) a repressão dos protestos na Argentina por parte do governo de Javier Milei.
O líder da Igreja Católica reivindicou a implementação de políticas de redistribuição da riqueza, sublinhando que "não se trata de comunismo".
"Me mostraram as imagens da repressão, onde a polícia reprimiu os trabalhadores que exigiam os seus direitos nas ruas como se fossem desordeiros. Em vez de gastarem com justiça social, gastam na compra de gás de pimenta", declarou o pontífice durante um encontro com representantes de movimentos sociais.
O religioso não chegou a mencionar a Argentina nem o mandatário, mas provavelmente se referiu a uma manifestação organizada em 12 de setembro em Buenos Aires, que protestou contra um veto a uma revalorização das aposentadorias.
"Se não houver boas políticas racionais e justas, que fortaleçam a justiça social para que todos tenham terra, habitação, trabalho, um salário justo e direitos sociais adequados, a lógica do desperdício material e humano vai se espalhar, deixando a violência e a desolação em seu rastro", acrescentou.
O porta-voz presidencial Manuel Adorni respondeu às duras críticas do Papa ao dizer que "respeita a opinião" do religioso, "mas não compartilha" com ela.
"Não temos por que compartilhar a visão que ele tem sobre algumas coisas, mas o respeito é total e absoluta pelo que o Papa possa dizer a respeito de qualquer coisa", afirmou.
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