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Rotas turísticas em Caxias do Sul percorrem herança italiana

Rotas turísticas em Caxias do Sul percorrem herança italiana

Primeiros imigrantes chegaram na cidade no século 19

SÃO PAULO, 09 junho 2023, 11:33

Redação ANSA

ANSACheck

Monumento Nacional ao Imigrante, em Caxias do Sul (foto: divulgação)

(ANSA) - Viajar pelo interior do Brasil, especialmente no Sul e Sudeste, muitas vezes significa percorrer a história da imigração italiana e ver de perto o legado do maior movimento migratório internacional da história do país.

É o caso de Caxias do Sul, importante cidade gaúcha de meio milhão de habitantes e que tem sua trajetória intimamente ligada à coragem de italianos que cruzaram o Oceano Atlântico em busca de uma vida melhor no Brasil.

Os primeiros colonos italianos se estabeleceram no que viria a ser Caxias do Sul em 1875, e hoje o município oferece rotas turísticas ideais para quem deseja conhecer mais sobre esse passado.

Um desses roteiros, chamado Estrada do Imigrante, inclui duas casas de pedra e barro construídas pelo italiano Henry Bonnet em 1877 e 1879 para abrigar estrangeiros que chegavam à região no fim do século 19. Atualmente, as Casas Bonnet são mantidas pela família Tonietto, que busca resgatar a cultura e as tradições de seus antepassados em um espaço com comida colonial italiana, adega, passeio de carretão e dois museus.

"O município é rico em história e tradições italianas e outras culturas, além de possuir paisagens e lugares encantadores que os próprios caxienses muitas vezes desconhecem", diz Celestino Oscar Loro, presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias).

O Roteiro Estrada do Imigrante também passa pela centenária Igreja de Pedra Sacro Cuore di Gesú e Maria, construída em 1892 como promessa de um italiano que havia perdido a família na guerra. Ali perto, a Gruta Nossa Senhora de Lourdes da Terceira Légua faz missas em uma área natural sob uma cachoeira e oferece um dos melhores destinos no Brasil para rapel e escalada.

Já o Roteiro Turístico do Vale Trentino, entre Caxias do Sul e a vizinha Farroupilha, passa por inúmeras vinícolas comandadas por famílias de origem italiana, como Casa Perini, Casa Onzi, Cappelletti, Don Giusepp, Santini e D'Motter, que ajudaram a criar uma das mais importantes zonas viticultoras do país.

Ainda no Vale Trentino, o Museu da Uva e do Vinho Primo Slomp conta a trajetória do cultivo da fruta na região, além da história dos imigrantes italianos e seus costumes. O passado de Caxias do Sul também é exaltado no Monumento Nacional ao Imigrante, obra em bronze inaugurada pelo escultor Antonio Caringi em 1954 e que retrata um casal de estrangeiros e um bebê de colo, homenageando todas as etnias que contribuíram para o progresso do Brasil.

Já o Monumento Epopeia Imigrante é composto por 15 painéis que resgatam a jornada dos estrangeiros desde sua partida da Itália, passando pela travessia do Atlântico, até seu estabelecimento no Rio Grande do Sul. Feito por Jesiel Bellini e André Gnatta, o conjunto foi inaugurado em 2012 e mostra os costumes, a religiosidade, o trabalho e a vida familiar dos imigrantes.

Além de monumentos e locais históricos, a cidade é palco todos os anos da Festa Nacional da Uva, símbolo da Serra Gaúcha e que também celebra a cultura dos imigrantes italianos.

Para ajudar a promover esse aspecto cultural e enogastronômico da cidade, a CIC Caxias criou em 2021 o programa "Caxias Rota Sabor e Aventura", voltado a fomentar o turismo de experiências, setor que mais cresceu no município após a pandemia. O projeto reúne cervejarias, vinícolas, restaurantes, confeitarias, locais de cultura e natureza, além de hospedagens.

"Incentivar o turismo de experiências permite que a população descubra muitos atrativos. Este movimento fez com que empreendedores se organizassem e melhorassem a estrutura física e a gestão para promover boas experiências ao seu público", diz Loro. (ANSA)

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