(ANSA) - No terceiro e último dia do julgamento de Daniel Alves, o ex-jogador brasileiro chorou durante o depoimento e declarou que bebeu muito na noite em que teria estuprado uma mulher em uma boate na Espanha.
O ex-lateral de Barcelona e Juventus teve dificuldade para completar as frases em função do choro ao responder os questionamentos da sua própria advogada, Inés Guardiola. A participação do brasileiro durou por volta de 20 minutos.
O multicampeão defendeu que não é um homem violento e negou que tenha jogado a denunciante no chão ou dado um tapa nela. Além disso, o ex-jogador recordou da noite em que conheceu a mulher.
Daniel Alves comentou que a denunciante e suas amigas chegaram na boate Sutton, em Barcelona, e "não se sentiram desconfortáveis", tanto que todos se cumprimentaram e iniciaram uma conversa.
"Estávamos dançando e interagindo, quando ela começou a dançar mais perto de mim, esfregando suas partes íntimas nas minhas. Ela colocou a mão para trás e começou a me tocar. Ela disse 'sim' para ir ao banheiro, não precisei insistir. Eu falei que iria primeiro e esperei um pouco, mas achei que ela não queria e, quando abri a porta [para sair], praticamente esbarrei nela", disse.
O brasileiro confirmou que ela fez sexo oral e que "em nenhum momento disse que não queria nada". Após a festa, ele comentou que chegou em casa embriagado e viu sua esposa, Joana Sanz, dormindo na cama.
"Fomos para o banheiro e ela começou a fazer sexo oral em mim. Depois, sentou em minhas pernas e eu tirei [o pênis] para ejacular", comentou.
O ex-jogador diz ter mentido na primeira versão, quando garantiu que não teve nenhum contato com a suposta vítima, porque não queria que Sanz soubesse da traição. Dani Alves ainda revelou que descobriu a acusação através da imprensa.
"Recebi a notícia de que estavam me acusando de estupro pela imprensa. Meu mundo desabou. Fiquei arruinado porque bloquearam minhas contas bancárias no Brasil e quebraram todos os meus contratos", concluiu.
Daniel Alves está preso preventivamente desde 20 de janeiro de 2023, após ter dado versões contraditórias sobre o episódio. O Ministério Público espanhol pede uma condenação de nove anos de cadeia e 150 mil euros de indenização.
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