Silvio Berlusconi, morto nesta segunda-feira (12) aos 86 anos, teve uma relação decididamente conturbada com as mulheres.
Segundo pessoas próximas, esse aspecto de sua trajetória é apenas a metáfora de uma vida vivida sempre ao máximo e além dos limites, desde o amor declarado em todos os modos possíveis por sua mãe, Rosa Bossi, até o traumático divórcio com a atriz Veronica Lario, sua segunda esposa.
Essa relação controversa com as mulheres também lhe provocou problemas jurídicos e polêmicas intermináveis devido às festas burlescas - o "bunga-bunga" - com garotas de programa em sua mansão.
A mais famosa delas é Karima El Marough, ítalo-marroquina conhecida como "Ruby rouba corações" e com quem Berlusconi teve relações sexuais quando ela era menor de idade. Esse caso levou o ex-premiê ao banco dos réus por prostituição de menores, mas ele acabou absolvido, uma vez que a acusação não conseguiu provar que ele sabia da idade de Ruby na época.
Mais recentemente e já divorciado, teve duas jovens namoradas, Francesca Pascale, 37, e sua atual companheira, a deputada Marta Fascina, de 33 anos.
Seus relacionamentos também foram marcados por turbulências, como o suposto affair com Noemi Letizia, com quem Berlusconi foi se encontrar no aniversário de 18 anos usando um avião de Estado. O escândalo apareceu em uma carta aberta divulgada por Lario em 2007, que foi a prévia do divórcio e na qual a então esposa de Berlusconi fez um apelo: "Ajudem-no, ele está doente".
O "bunga bunga", termo cunhado para as noitadas organizadas na mansão de Arcore, entrou na linguagem corrente na Itália para designar festas libertinas e sexuais.
Mas a vida privada de Berlusconi também foi marcada pelo amor paterno pelos filhos Marina (56) e Pier Silvio (54), frutos do casamento com Carla Elvira Lucia Dall'Oglio, e Barbara (38), Eleonora (37) e Luigi (34), nascidos do matrimônio com Veronica Lario.
Os cinco herdeiros sempre foram uma estrela guia para o ex-premiê e um ponto de referência em uma vida privada complexa.
Marina e Barbara entraram na galáxia de empresas de seu pai muito cedo, com papéis importantes na holding Fininvest e no Milan, que seria vendido em 2017.
Uma atenção e carinho retribuídos em todas as fases críticas de sua vida, durante a doença e a delicada cirurgia cardíaca em 2016 e na pandemia de Covid, quando o ex-primeiro-ministro mais de uma vez encontrou refúgio e proteção na mansão de Marina em Provença, onde passou muitos meses em isolamento. (ANSA)
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