(ANSA) - O ex-premiê da Itália Silvio Berlusconi, morto nesta segunda-feira (12), aos 86 anos de idade, deve boa parte de sua derrocada política ao escândalo de prostituição que o levou ao banco dos réus em uma série de processos.
A pivô do caso foi a modelo ítalo-marroquina Karima el-Mahroug, a "Ruby Rouba Corações", mas uma brasileira também apareceu como frequentadora das festanças promovidas na mansão do ex-primeiro-ministro, apelidadas de "bunga-bunga".
Iris Berardi chegou a receber 5,5 mil euros (R$ 29 mil pela cotação atual) de mesada de Berlusconi, informação revelada durante o processo "Ruby ter", que apurava acusações de corrupção contra o sistema judiciário.
O ex-premiê era acusado de subornar garotas de programa e participantes do "bunga-bunga" para tentar manipular seus depoimentos à Justiça, porém acabou absolvido.
Segundo o advogado de Berardi no caso, Andrea Buondonno, os valores eram pagos como uma "liberalidade" tomada pelo ex-chefe de governo, e não a título de propina.
A brasileira sempre negou ter mantido relações sexuais com Berlusconi, mas, em interceptações telefônicas feitas na primeira metade da década passada, ela chama o ex-premiê de "papaizinho" e diz sentir falta dele.
"Mas também me faz falta a mesada, devo admitir. Mas amiga, te juro, ele me faz muita falta. Ninguém conta piadas melhor que ele... Aquelas historinhas, como ele diz", afirma Berardi em uma conversa gravada com Aris Espinoza, também frequentadora das festas de Berlusconi.
Em um dos processos do caso "Ruby ter", a procuradora-adjunta de Milão, Tiziana Siciliano, disse ter sentido uma "pena incrível" da brasileira, que, segundo a acusação, era menor de idade na época das noitadas. "Era uma menina irreprimível, como só os jovens podem ser, comparável a Ruby", afirmou Siciliano na ocasião. (ANSA)
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