(ANSA) - Quase 50 anos após o golpe de Estado de 1973 no Chile, foi revelado um áudio inédito confirmando que o presidente do país Salvador Allende ia convocar um plebiscito para tentar superar a crise política do país.
Segundo o primeiro escalão do governo, a decisão foi tomada em 10 de setembro e a convocação ocorreria no dia seguinte, 11 de setembro, data que acabou sendo a do golpe que instaurou 17 anos de ditadura militar.
O ex-ministro do governo socialista Sergio Bitar entregou à CNN Chile uma fita cassete. Nela, uma gravação do então chanceler do país Orlando Letelier confirma a informação.
O áudio foi gravado em 1974, após a saída de Letelier do campo de concentração da ilha Dawson, para onde foi mandado após o golpe.
Nele, o chanceler recorda um almoço de caráter reservado para o qual foi convidado por Allende no palácio presidencial de La Moneda, na véspera do golpe.
Além de Bitar e Letelier, estavam no encontro José Tohá (ex-ministro do Interior de Allende e pai de Carolina Tohá, que atualmente ocupa o mesmo cargo), Joan Garcés (então assessor de Allende), Carlos Jorquera (ex-secretário de Imprensa), entre outros.
Na gravação de uma hora, o ex-ministro detalha a intenção de aposentar um grupo de generais que eram suspeitos de sublevação, e a confiança que o então comandante das Forças Armadas Carlos Prats tinha em Augusto Pinochet antes do golpe.
Na gravação de uma hora, o ex-ministro detalha a intenção de aposentar um grupo de generais que eram suspeitos de sublevação, e a confiança que o então comandante das Forças Armadas Carlos Prats tinha em Augusto Pinochet antes do golpe.
Após a instauração da ditadura, Letelier se exilou na Venezuela e depois nos Estados Unidos, onde se fixou como representante da oposição ao regime, perdeu a nacionalidade chilena e foi assassinado pelo aparato repressivo através de uma bomba plantada em seu veículo, em Washington.
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