(ANSA) - A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, criticou nesta quarta-feira (6) "a campanha difamatória" a que as forças da lei e da ordem estão supostamente sujeitas no país, insistindo que esta atitude é "injusta".
"Gostaria de lembrar aqui que em 97% das manifestações que ocorreram nos últimos meses não houve problemas de policiamento", afirmou Meloni.
A declaração foi dada aos representantes sindicais da polícia durante uma reunião no Palazzo Chigi, convocada após um policiamento severo durante um protesto pró-Palestina em Pisa no mês passado.
"Houve problemas em apenas 3% dos casos, em demonstração da excelente gestão da ordem pública e da sua capacidade de proteger locais sensíveis", acrescentou.
Segundo a premiê italiana, estes "são dados que é justo reiterar e ressaltar, porque considero injusta a campanha sistemática de difamação a que as forças policiais têm sido submetidas".
Em Pisa, os confrontos entre a tropa de choque e os manifestantes durante um protesto que não foi devidamente notificado deixaram cinco pessoas, incluindo dois menores, feridos a ponto de terem que receber tratamento médico de emergência.
Imagens de alguns policiais na cidade toscana batendo repetidamente na cabeça de estudantes chocaram muitos italianos e suscitaram uma rara repreensão do presidente da República, Sergio Mattarella, que disse que "os cassetetes falham nos jovens".
"Sentimos que era importante convocar esta reunião, também à luz do que aconteceu recentemente. Como sabem, o aumento das manifestações de rua, especialmente após a escalada do conflito no Oriente Médio, resultou num maior compromisso de todos vocês, tanto em termos de qualidade como de quantidade", continuou Meloni.
Por fim, ela lembrou que "tem ocorrido mais de mil protestos de rua desde 7 de outubro" e "a Itália, ao contrário de outras nações, não proibiu as manifestações a favor da Palestina, porque para nós é fundamental garantir o pleno direito de expressar qualquer posição política".
No entanto, Meloni ressaltou que o direito de manifestação "deve ser equilibrado com o respeito pelas regras que o regulam" e com a "necessária proteção dos locais sensíveis visados pelos manifestantes".
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