A líder do Partido Democrático (PD), Elly Schlein, afirmou nesta segunda-feira (3) ser a favor da autonomia estratégica da União Europeia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e destacou a necessidade de se ter "uma verdadeira política externa".
A declaração foi dada ao diretor da ANSA, Luigi Contu, e outros dois jornalistas da redação da agência italiana, Paola Lo Mele e Giampaolo Grassi, durante um fórum em Roma.
"Queremos uma Europa federal, que complete um caminho de integração meio encalhado no egoísmo nacional. Não há um único desafio que possamos resolver dentro das fronteiras nacionais, desde as guerras ao desafio da imigração", disse ela.
A opositora ao governo da premiê italiana, Giorgia Meloni, explicou querer que "a Europa continue com investimentos comuns". "Outra razão pela qual queremos uma Europa mais integrada é que não queremos ver paraísos fiscais. Queremos uma Europa mais social e mais verde. Para fazer isso, devemos superar a unanimidade e o direito de veto".
Durante a entrevista, Schlein ressaltou que nunca fará alianças "com o grupo conservador de Meloni ou com o grupo 'Identidade e Democracia', do qual [o vice-premiê Matteo] Salvini é membro.
"Este é um compromisso partilhado em Berlim com [chanceler alemão, Olaf] Scholz e os outros socialistas", afirmou ela, acrescentando que "temos o nosso candidato (Luxemburguês Nicolas) Schmit para substituir Ursula von der Leyen" e "lutamos para que o grupo socialista seja o primeiro grupo no Parlamento Europeu".
A conversa ocorre antes das eleições europeias, marcadas entre 6 e 9 de junho, que definirá a integração do novo Legislativo.
"Concorro como candidata para alcançar o melhor resultado possível, mudar a Europa e criar uma alternativa na Itália. O Partido Democrático parece unido nestas eleições, há um bom ambiente. Esperamos sair renovados", enfatizou.
Para Schlein, "votar no Partido Democrático é a única barreira para travar o avanço da direita no Parlamento Europeu".
Palestina - Quando questionada sobre o prefeito de Bolonha, Matteo Lepore, que pendurou uma bandeira da Palestina em uma janela da prefeitura da cidade, a líder da oposição italiana destacou que mostrar uma bandeira palestina não faz de alguém um apoiador do grupo fundamentalista islâmico Hamas.
"Apoio o prefeito de Bolonha, Lepore", afirmou Schlein, cujo pai americano é descendente de judeus. "Acho que exibir a bandeira não equivale de forma alguma a apoiar o terrorismo. Igualar o Hamas e o povo palestino não ajuda a isolar o Hamas".
Para os judeus italianos, a ação de Lepore legitimou o terrorismo dos militantes islâmicos do Hamas que desencadearam a guerra em Gaza com seu brutal ataque a Israel em 7 de outubro.
"Se você realmente quer enfatizar o respeito pelos direitos humanos e pela paz, não exiba apenas uma bandeira, mas exiba ambas. Uma bandeira em local público não pode ser usada como símbolo de contestação de outros países", defendeu à ANSA a presidente da União das Comunidades Judaicas Italianas, Noemi Di Segni.
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