(ANSA) - A ministra da Igualdade da Espanha, Ana Redondo, criticou a primeira ministra da Itália, Giorgia Meloni, e um projeto de lei que prevê a permissão para que organizações anti-aborto possam entrar em clínicas onde o procedimento é realizado.
O texto, que dispõe sobre o uso de recursos do Plano Nacional de Retomada e Resiliência (Pnrr), foi aprovado na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (16) e deve passar com folga no Senado.
Amplamente criticada pela oposição, uma das emendas prevê que as regiões, ao organizar os serviços dos consultórios de realização dos procedimentos, poderão “valer-se, sem novos ou maiores gastos para o erário, do envolvimento de instituições do terceiro setor que tenham experiência qualificada no apoio à maternidade”.
“Permitir a pressão organizada contra as mulheres que querem interromper sua gravidez é minar um direito reconhecido por lei. É a estratégia da extrema-direita: ameaçar para tirar direitos, para frear a igualdade entre mulheres e homens”, escreveu a ministra espanhola, através do X (antigo Twitter), nesta quarta-feira (17).
Na publicação, ela divulgou uma reportagem do jornal britânico The Guardian, reproduzida no portal espanhol El Diario, que destacou que, embora Meloni tenha prometido não mudar a lei, o acesso ao aborto seguro no país vem sendo dificultado devido ao alto número de médicos que se recusam a realizar o procedimento por motivos morais ou religiosos, a chamada “objeção de consciência”. Em 2021, segundo o Ministério da Saúde, o argumento era usado por 63% dos ginecologistas.
Resposta
“Várias vezes ouvi ministros estrangeiros falando de questões internas italianas sem conhecer os fatos. Normalmente, quando se é ignorante em um tema, é preciso ter ao menos a educação de não dar lições”, disse a premiê italiana, Giorgia Meloni, à ANSA.
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