(ANSA) - A presidente do poder Executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, aceitou o convite da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e irá à ilha de Lampedusa neste domingo (17).
O local está em estado de emergência pelos sucessivos recordes de desembarques de migrantes.
Na sexta-feira (15), a premiê pediu uma missão da União Europeia para "impedir a saída de barcos com migrantes" e defendeu que "a pressão migratória sobre Roma desde o início do ano é insustentável".
A visita deve ocorrer pela manhã, já que à noite von der Leyen é aguardada em Nova York para a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
A ilha amanheceu neste sábado com protestos de cidadãos contra a possibilidade de criação de um novo acampamento para migrantes.
"Não temos medo do chefe de polícia, da Meloni, da Von der Leyen, venham aqui falar conosco. Ficaremos aqui até que a ilha seja esvaziada e desviada para que se possa respirar e a população possa ficar tranquila e não mais martirizada", disse um dos líderes da manifestação.
Os habitantes chegaram a bloquear a passagem de veículos de uma rua, mas a via já foi liberada.
Também neste sábado, a imprensa da Alemanha informou que o governo pretende retomar a cooperação com a Itália para acolher refugiados. as forças de segurança, e garantiu que Lampedusa não terá um novo centro de acolhimento "hotspot".
Sobre o tema, houve uma ligação telefônica neste sábado, entre o ministro do Interior da Itália, Matteo Piantedosi; a Comissária europeia Ylva Johansson; o ministro do Interior da Espanha, Fernando Grande-Marlaska; o homólogo francês, Gérald Darmanin, e a alemã, Nancy Faeser.
Na ligação, segundo a pasta italiana, “emergiu a vontade comum de enfrentar de maneira concreta e com recorte operacional a abordagem da questão migratória em vista da próxima reunião do Conselho de Justiça da UE previsto para ocorrer em Bruxelas no próximo dia 28 de setembro”.
Também neste sábado, a imprensa da Alemanha informou que o governo pretende retomar a cooperação com a Itália para acolher refugiados.
Na semana passada, Berlim anunciou a suspensão do programa de realocação voluntária de solicitantes de refúgio, estabelecido em 2022 e que prevê o acolhimento pela Alemanha de solicitantes de refúgio desembarcados na Itália.
Em troca, Roma se comprometia a receber de volta migrantes forçados que pediram refúgio em solo alemão, mesmo tendo entrado na UE pelo território italiano.
No entanto, a Alemanha suspendeu o protocolo sob a acusação de que a Itália não está mais fazendo sua parte no acordo "há algum tempo".
A agência alemã DPA informou que a ministra do Interior do país declarou que "os procedimentos estavam suspensos porque a Itália não demonstrou vontade de receber pessoas, mas agora, naturalmente, claro que cumpriremos nossa obrigação de solidariedade".
Outro drama marcou o dia de desembarques na ilha italiana: um recém-nascido desembarcou morto durante o resgate de uma embarcação.
Após a chegada à ilha, o corpo do bebê foi enterrado no cemitério do centro de acolhimento de contrada Imbriacola.
A mãe da criança foi levada para receber cuidados médicos.
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