(ANSA) - O secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que Israel não deve "perder de vista a nossa humanidade comum", em uma crítica a postura do país na guerra com o grupo fundamentalista islâmico Hamas na Faixa de Gaza, principalmente após o premiê Benjamin Netanyahu garantir que o conflito continuará.
"A esmagadora maioria da população em Gaza não teve nada a ver com os ataques de 7 de outubro", afirmou ele em uma coletiva de imprensa em Tel Aviv. "E as famílias em Gaza, cuja sobrevivência depende do fornecimento de ajuda de Israel, são exatamente como as nossas famílias."
Segundo Blinken, "os israelenses foram desumanizados da maneira mais horrível no dia 7 de outubro. Desde então, os reféns têm sido desumanizados todos os dias, mas isso não pode ser uma licença para desumanizar os outros".
Em outubro passado, o Hamas invadiu o sul de Israel e deixou ao menos 1,2 mil mortos. A ofensiva provocou a ira do governo israelense, que deflagrou um conflito contra o grupo na Faixa de Gaza, no qual mais de 27,8 mil palestinos morreram.
Durante sua nova missão no Oriente Médio, Blinken se reuniu com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, e reiterou o apoio dos Estados Unidos para a criação de um Estado palestino independente.
Além dele, o secretário americano também se encontrou com o líder centrista e ministro do Gabinete de Guerra de Israel, Benny Gantz, que disse ao norte-americano "que, para permitir a introdução contínua de ajuda humanitária em Gaza, é necessário o envolvimento internacional e um mecanismo para garantir que a ajuda não vá para o Hamas".
Gantz ainda agradeceu a Blinken "pelo trabalho da administração de Joe Biden, pelo compromisso dos EUA em garantir a segurança de Israel e pela mediação para a libertação dos reféns".
O político israelense, que viu Blinken juntamente com Gadi Eisenkot, outro ministro do Gabinete de Guerra, destacou que também foram discutidos os dossiês da possível normalização das relações com a Arábia Saudita e de uma solução política para o Hezbollah no Líbano.
Logo após, no fim de sua missão em Israel, o secretário de Estado dos EUA conversou em Tel Aviv com familiares de reféns do Hamas em Gaza que também têm cidadania americana.
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