(ANSA) - A defesa de John Elkann (diretor-executivo da Exor, holding com participações de Ferrari, Stellantis, etc) afirmou que a denúncia de evasão fiscal apresentada pelo Ministério Público de Turim é "totalmente infundada".
A investigação começou a partir da denúncia da própria mãe de Elkann, Margherita Agnelli, sobre a herança do pai dela e avô de Elkann, Gianni Agnelli.
Segundo a denúncia da única filha viva de Gianni Agnelli, como fruto de um acordo feito com a morte do pai, ela deveria enviar à mãe, Marella Caracciolo, cerca de 500 mil euros por mês (R$ 2,6 milhões na cotação atual), totalizando 6 milhões de euros ao ano (R$ 31 milhões).
No entanto, ela diz que os valores não foram indicados na declaração de renda de Marella entre 2018 e 2019, faltando, portando, 8 milhões de euros (R$ 42 milhões), já que Marella morreu em fevereiro de 2019, aos 91 anos.
A declaração incorreta, com ocultação de ganhos, poderia configurar um crime fiscal.
Em um comunicado conjunto, os advogados de Elkann observam que Margherita "persegue há mais de 20 anos, em todos os fóruns judiciais, inclusive fazendo ampla publicidade na imprensa, seus pais e três de seus filhos", mas que suas iniciativas "não foram reconhecidas em nenhum tribunal, seja penal ou civil".
Já a defesa de Margherita Agnelli disse: "Estamos confiantes de que as investigações em curso esclarecerão os fatos conforme ocorreram, pois Margherita Agnelli não tem nada a esconder. Seus desejos são garantir um tratamento justo a todos os seus filhos, de acordo com as leis".
Com o processo, a antológica disputa judicial envolvendo a "dinastia" dos Agnelli, herdeiros italianos de uma família industrial com empresas como Ferrari e Fiat, ganhou um novo capítulo, desta vez passando da esfera cível para a criminal.
Margherita e o filho travam uma batalha na justiça pela herança que se arrasta há anos, com diversos processos.
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