(ANSA) - O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, propôs aos aliados a criação de um fundo para a Ucrânia de US$ 100 bilhões nos próximos cinco anos. A informação partiu de fontes diplomáticas.
O fundo, que precisa ser aprovado pelos 32 integrantes, seria um dos "sinais tangíveis" de apoio a Kiev e poderia desempenhar um papel importante na próxima cúpula, que será realizada em Washington.
"Há uma razão pela qual se fala em US$ 100 bilhões, é um valor que reflete as necessidades de Kiev", explicou um diplomata ocidental. O apoio seria principalmente militar.
Uma das razões pelas quais o secretário-geral propôs o fundo é para "proteger a Ucrânia contra a mudança de ventos políticos", segundo um diplomata, acenando para a possibilidade de retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.
Com as negociações ainda em estado embrionário, os chanceleres dos integrantes da aliança discutirão a proposta nesta quarta (2), com o objetivo de chegar à cúpula com uma decisão.
"Entre os aliados, há um problema de divisão do peso do apoio a Kiev: há quem faça muito e quem faça muito pouco", destacou um diplomata.
A proposta de Stoltenberg poderia resolver essa lacuna porque a contribuição seria calculada com base na porcentagem do financiamento da Otan de cada país, ou, como proposto pelos países bálticos, com base em uma parcela do PIB.
Juridicamente, é unânime que a iniciativa não significaria participar da guerra e não seria uma escalada: "Claro, [o presidente russo, Vladimir] Putin poderia distorcer tudo a favor de sua narrativa, mas ele faz isso de qualquer maneira", comentou outra fonte aliada de alto escalão.
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