O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu nesta terça-feira (25) mandados de prisão contra o ex-ministro da Defesa da Rússia Serghei Shoigu e o chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov, por supostos crimes cometidos durante a invasão russa à Ucrânia.
Em um comunicado de imprensa, a Corte acusou a dupla de cometer "crimes de guerra" e "crimes contra a humanidade" pelos danos causados à população civil ucraniana.
Os juízes concluíram que havia "motivos razoáveis para acreditar que os dois suspeitos são responsáveis pelos ataques com mísseis realizados pelas forças armadas russas contra a infraestrutura elétrica ucraniana entre 10 de outubro de 2022 e até pelo menos 9 de março de 2023".
Segundo o TPI, há elementos que indicam que as ofensivas foram dirigidas contra objetos civis e causaram danos incidentais excessivos a civis.
Por sua vez, o Conselho de Segurança Nacional de Moscou reagiu à decisão do Tribunal Penal Internacional e disse que a medida “faz parte da guerra híbrida do Ocidente contra a Rússia”.
Atualmente, o general russo Gerasimov ainda é chefe de gabinete, enquanto Shoigu, que era ministro da Defesa do presidente Vladimir Putin na época, é secretário do Conselho de Segurança Nacional.
Os dois mandados de prisão elevam para quatro o número total de altos funcionários russos procurados por crimes de guerra. O TPI já pediu a detenção de Putin e da oficial russa Maria Lvova-Belova por um suposto esquema de deportação de crianças ucranianas para a Rússia.
'Justiça para crimes russos é inevitável', diz Zelensky
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta terça-feira (25) que “todo criminoso envolvido no planejamento e execução” dos ataques contra o seu país “deve saber que a justiça será feita”.
Zelensky disse esperar ver o ex-ministro da Defesa da Rússia Serghei Shoigu e o chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov, “atrás das grades”, alvos de dois mandados de prisão emitidos pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).
“A decisão indica que a justiça para os crimes russos contra os ucranianos é inevitável e que nenhuma patente militar ou gabinete pode proteger os criminosos russos das suas responsabilidades”, acrescentou ele, explicando que está à espera de “novos mandados de prisão”.
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