Três regiões italianas lideradas por alianças de centro-esquerda, Campânia, Emilia-Romagna e Toscana, planejam convocar referendos para revogar a lei de autonomia diferenciada promovida pelo governo da premiê Giorgia Meloni.
A lei da chamada "autonomia diferenciada" define as modalidades por meio das quais as regiões (equivalentes aos estados) poderão pedir para administrar questões de competência do governo nacional, como saúde e educação.
A medida controversa aprovada pelo Parlamento no mês passado tem sido alvo de críticas por parte da oposição, que diz que a autonomia diferenciada irá piorar a divisão norte-sul da Itália, ao favorecer as regiões mais ricas do país.
O Movimento 5 Estrelas (M5S), o Partido Democrático (PD) e outros grupos de oposição afirmaram que vão coletar assinaturas para realizar um referendo sobre a abolição da lei.
O Conselho Regional da Campânia prepara-se para votar o pedido de convocação do pleito em sessão extraordinária convocada pela assembleia para a próxima segunda-feira (8).
Já a maioria e os líderes do grupo M5S na Emília-Romagna também apoiaram a medida, "pedindo ao presidente da Assembleia Legislativa que comunique esta resolução aos conselhos de todas as outras regiões, com o convite à adoção de um ato igualitário para que a iniciativa do referendo possa ter seguimento".
Nos últimos dias, o governador da região, Stefano Bonaccini, que em breve deixará o cargo para assumir o cargo de deputado europeu, criticou o projeto promovido pelo governo de Meloni.
"Esta autonomia é uma ostentação sensacional, mas também um erro que tornará a Itália mais fraca, mais injusta e mais dividida, porque é uma bagunça diferenciada, que, além disso, já vê algumas fissuras na maioria", disse.
Por fim, o Conselho Regional da Toscana também se prepara para convocar um referendo na tentativa de revogar a legislação, que é uma bandeira histórica da Liga, partido de direita liderado por Matteo Salvini e que é um dos pilares da gestão de Meloni.
"Nos reunimos com as demais regiões, e o texto foi compartilhado. Em breve receberei a proposta de resolução assinada pelos líderes dos grupos que desejam aderir, o processo começará a partir daí, com a convocação da Câmara", explica o presidente da Assembleia, Antonio Mazzeo.
Segundo ele, "quanto ao calendário, depende de quando me apresentarem a proposta". "O líder do grupo do PD telefonou-me esta manhã e disse que a resolução será apresentada muito em breve".
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