O governo de Israel notificou oficialmente a ONU sobre o fim das relações com a Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (Unrwa), decisão criticada pela comunidade internacional por colocar em risco a ajuda humanitária para a população civil da Faixa de Gaza.
O Parlamento israelense aprovou no mês passado dois projetos de lei que proíbem a Unrwa de operar no país, na esteira das suspeitas sobre a participação de funcionários do organismo nos atentados terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixaram 1,2 mil mortos.
"O Ministério das Relações Exteriores notificou a ONU sobre a anulação do acordo entre o Estado de Israel e a Unrwa", diz um comunicado da chancelaria de Tel Aviv. Já o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, afirmou que a agência é "parte do problema na Faixa de Gaza, e não da solução".
O chanceler ainda minimizou os riscos de o veto prejudicar a entrega de ajuda ao enclave palestino, devastado por mais de um ano de uma guerra que já matou mais de 43 mil pessoas. "A grande maioria do auxílio humanitário a Gaza é fornecida por outras organizações, e apenas 13% é entregue por meio da agência", salientou.
No entanto, um porta-voz da Unrwa, Jonathan Fowler, declarou à agência AFP que a proibição de operar em Israel pode "colapsar" o sistema de ajuda humanitária internacional na Faixa de Gaza, do qual o órgão da ONU é "a espinha dorsal".
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA