O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, deu uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (10) em que defendeu o reinício do ano letivo de maneira presencial nas escolas, além de explicar alguns pontos do último decreto firmado pelo governo para combater a Covid-19.
"A escola é fundamental para a democracia e deve ser tutelada e protegida, não abandonada. Obrigado pelos esforços de hoje e das próximas semanas e meses. Provavelmente, haverá um aumento das classes de DAD [ensino a distância], mas nós rejeitamos esse recurso sendo usado de maneira generalizada", disse o premiê.
Na última semana, algumas regiões chegaram a decretar o atraso na retomada do ano letivo por conta da alta exponencial dos casos de Covid-19. No entanto, o governo Draghi recorreu judicialmente a decisão.
Os governadores, especialmente, da Campânia e da Sicília, afirmam que não é possível reabrir as classes nesse momento por conta da grande quantidade de funcionários que estão com teste positivo para a doença e pelo risco de um aumento ainda maior na disseminação do vírus. Porém, Roma se mantém firme na postura de não adiar as aulas e de fazer as aulas a distância apenas quando houver surtos pontuais nas escolas.
Na coletiva, Draghi afirmou que "há ainda motivações de efeito prático: se você pede para os jovens ficarem em casa, eles vão fazer esportes por toda a tarde e vão para a pizzaria? Não tem sentido fechar a escola antes de todo o resto". "Mas, se fechamos tudo, voltaremos ao ano passado e não há motivo para fazer isso", acrescentou.
Sobre a alta exponencial de casos, que faz com que a Itália tenha mais de dois milhões de pessoas infectadas com o coronavírus Sars-CoV-2, Draghi afirmou que "não se pode perder de vista a constatação" de que "grande parte dos problemas que temos hoje ocorre pelo fato do país ainda ter muitos não vacinados".
"Esse é o enésimo convite a todos os italianos que não se vacinaram, façam isso, também com a terceira dose. Fomos obrigados a estar entre os primeiros a adotar a obrigatoriedade [da vacina] porque agora a circulação do vírus coloca de novo nossos hospitais sob pressão, sobretudo, por causa da população não vacinada", acrescentou referindo-se às categorias profissionais que estão com obrigação de imunização e às pessoas com mais de 50 anos.
Sobre a escolha da faixa etária que terá vacinação obrigatória a partir de 1º de fevereiro, o premiê afirmou que a decisão foi tomada com "base nos dados" de que as pessoas com mais de 50 anos "correm mais riscos e as terapias intensivas estão com 2/3 de ocupação de não vacinados".
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