O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, anunciou nesta sexta-feira (25) que os Estados Unidos e a União Europeia fecharam um acordo para diminuir a dependência do gás russo.
O tratado prevê o fornecimento de "15 bilhões de metros cúbicos de gás liquefeito dos EUA para a Europa", sendo que a Snam, principal distribuidora de gás da Itália, comprará 2 regaseificadores.
"Hoje temos três regaseificadores em operação. A ordem do ministro da Transição Ecológica da Itália, Roberto Cingolani, à Snam é que chegou a hora de comprar mais dois regaseificadores flutuantes", afirmou Draghi na conclusão do Conselho Europeu em Bruxelas.
"Há uma sensação de que o progresso é muito rápido, dentro de algumas semanas poderemos apresentar um plano detalhado de diversificação energética", acrescentou.
Após pressionar a UE a favor da medida, o premiê italiano informou que há uma expectativa para a análise de uma proposta da Comissão Europeia sobre a possibilidade de impor um teto temporário ao preço da energia elétrica e do gás natural, em maio, para conter a disparada no custo no bloco.
"O gás líquido pode ser comprado em qualquer lugar, então não se está preso à produção russa, enquanto o gás vem com os tubos. A ideia de colocar um teto de preço segue o mesmo raciocínio do outro lado: pode ser implementado porque o fornecedor tem apenas um cliente, o do outro lado do tubo, que é a Europa, que aliás é o maior comprador de gás natural do mundo e, portanto, tem forte poder de mercado", explicou Draghi.
Para o italiano, é por esta razão que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen propôs a possibilidade de aquisições conjuntas coordenadas pela UE.
"Foi decidido que a Comissão Europeia discutirá com as partes interessadas, grandes empresas de petróleo e eletricidade, empresas de distribuição e outros, e haverá um conselho de ministros de energia", disse o premiê italiano, lembrando que esses dois dias foram "muito importantes".
"Foram dados passos para que as decisões sejam tomadas em conjunto em um momento muito difícil", acrescentou.
Os Estados Unidos e a União Europeia fecharam o acordo para diminuir a dependência do bloco do gás importado da Rússia, após o governo de Vladimir Putin liderar uma invasão à Ucrânia e ameaçar a interrupção do fornecimento da commodity para a Europa.
Além da redução da importação do gás russo, o objetivo dos americanos e europeus é trabalhar em conjunto para acelerar os processos transitórios para o aumento da produção de energias renováveis.
O poder Executivo da UE já havia proposto a criação de um sistema de compra e estocagem conjunta de gás para os membros do bloco, assumindo para si a tarefa de negociar com os principais países produtores.
"O enchimento das reservas de gás em toda a União Europeia deve começar o mais rapidamente possível, tendo plenamente em conta as medidas nacionais de preparação", diz o comunicado do Conselho Europeu.
A nota prevê que os Estados-membros da UE e a Comissão "estabeleçam urgentemente os necessários mecanismos de solidariedade e compensação e colaborem para a compra conjunta voluntária de gás, GNL e hidrogênio".
A Itália, terceira economia da UE, projeta se tornar independente do gás russo em um prazo de 24 a 30 meses - hoje, 40% do gás natural consumido no país é importado da Rússia. (ANSA)
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA