O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, admitiu nesta terça-feira (31) sua frustração pelo fato de a dependência energética da Europa em relação à Rússia ajudar a financiar a guerra contra a Ucrânia.
Após reunião do Conselho Europeu em Bruxelas, o premiê disse que essa situação é "frustrante" e causa "grande embaraço". "Mas não dá para ser de outro jeito", acrescentou Draghi, após ter sido questionado por jornalistas se a União Europeia está ciente de que, comprando gás natural russo, está "financiando" a guerra.
A Itália já fechou acordos de importação com Angola, Argélia e República do Congo para reduzir sua dependência do gás natural russo, mas o premiê acredita que o país só se tornará independente de Moscou para satisfazer sua demanda energética no segundo semestre de 2024.
A ENI, principal empresa italiana de óleo e gás, já abriu duas contas no banco da estatal russa Gazprom, uma em euro e outra em rublo, mas garantiu que continuará pagando pela commodity em moeda europeia e que a conversão será feita pela instituição financeira.
Durante a reunião do Conselho Europeu, os líderes aprovaram um documento que abre a possibilidade de se introduzir um teto temporário ao preço do gás na UE, medida que há várias semanas é pedida pela Itália.
"Sobre o funcionamento do mercado de energia e os preços altos, nos contentamos [com o que foi aprovado]. A Comissão Europeia [poder Executivo do bloco] recebeu um mandato oficial para estudar a viabilidade de um teto", afirmou Draghi. (ANSA)
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