O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, afirmou nesta sexta-feira (24) que a dependência do país em relação ao gás natural da Rússia caiu de 40% para 25%.
A declaração foi dada em coletiva de imprensa após uma reunião do Conselho Europeu, que não aceitou uma proposta do premiê italiano para convocar uma cúpula extraordinária sobre energia para o mês de julho.
"A Itália, de acordo com os estoques, está indo muito bem, e a dependência do gás russo, que era de 40% no ano passado, hoje está em 25%. As medidas que implantamos começam a dar resultados", disse Draghi.
A estatal russa Gazprom já reduziu em 50% o fornecimento de gás natural para a Itália, mas o país europeu vem conseguindo aumentar seus estoques, aproveitando-se do período de baixa demanda no verão boreal.
A Itália tem hoje uma demanda prevista de 155 milhões de metros cúbicos por dia, com uma oferta disponível de 195 milhões de metros cúbicos. A maior parte do superávit é estocada para o inverno, enquanto o restante é destinado a exportações.
Até 2021, a Rússia respondia por cerca de 40% das importações italianas de gás natural, com 29 bilhões de metros cúbicos por ano. Contudo, desde o início da guerra na Ucrânia, Roma já assinou acordos para aumentar as importações de outros fornecedores, como Angola, Argélia, Azerbaijão e República do Congo.
Ainda assim, o próprio Draghi já projetou que a Itália só será independente de Moscou para satisfazer sua demanda energética a partir do segundo semestre de 2024.
O primeiro-ministro é o principal defensor na UE de um teto no preço da commodity, uma maneira de impedir que a Rússia faça os valores dispararem por meio da redução da oferta, mas a ideia está longe de um consenso no bloco.
"Acreditamos que os efeitos negativos superariam os positivos", afirmou o premiê holandês, Mark Rutte, após a reunião do Conselho Europeu. Draghi também pediu a convocação de uma cúpula de líderes do bloco para julho, mas seus colegas não acataram a proposta.
"Não esperava fixar uma data precisa para um relatório completo sobre a questão da energia. As coisas estão se movendo, mas talvez não tão rapidamente quanto alguns gostariam", contemporizou o premiê italiano. (ANSA)
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