O Movimento 5 Estrelas (M5S) anunciou que realizará uma nova reunião do Conselho Nacional do partido antissistema neste sábado (15), na tentativa de decidir os próximos passos em relação à crise que levou o primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, ter seu pedido de renúncia rejeitado.
Até o momento, a maior parte dos partidos que formam a base do governo já está se organizando para tentar manter o atual líder no cargo. O M5S, porém, ainda não se manifestou oficialmente sobre a situação.
As legendas ainda têm quatro dias para resolver a crise aberta com o boicote da sigla liderada pelo ex-premiê Giuseppe Conte na votação da moção de desconfiança no Senado. No entanto, parlamentares acreditam que a luta é árdua.
Após uma série de reuniões, um possível "Draghi-bis" está cada vez mais difícil devido às divisões que estão ficando mais acentuadas, principalmente entre os membros do M5S.
De acordo com fontes do governo, há três cenários sendo debatidos: sair imediatamente da administração Draghi; preparar-se para votar a confiança se o premiê concordar em passar por uma no Parlamento; e analisar a saída da base, mas primeiro avaliar a estratégia para lidar com a crise.
Durante as reuniões do M5S hoje, os parlamentares liderados por Conte tentaram discutir todas as soluções e cenários possíveis após a renúncia de Draghi. A expectativa é de que uma decisão final seja divulgada no final do encontro nacional deste sábado.
Segundo um parlamentar que gostaria de evitar a ruptura, a situação "está confusa". Os vice-presidentes do partido Riccardo Ricciardi, Michele Gubitosa, Mario Turco e Paola Taverna teriam pressionado pela saída do governo, decisão que seria compartilhada por cerca de 70% dos parlamentares do M5S.
Paralelamente, o ministro do Desenvolvimento Econômico, Giancarlo Giorgetti, do partido ultranacionalista Liga, admitiu que "as equipes já estão cansadas" e que o "jogo é difícil de desbloquear".
Para o chanceler italiano e ex-membro do M5S, Luigi Di Maio, "se Conte retirar os ministros do governo Draghi, as Câmaras serão dissolvidas e não haverá possibilidade de governar". "Quero dizer muito claramente aos cidadãos: esta crise terá efeitos", afirmou em entrevista ao Tg3, sobre uma possível nova eleição.
Já o Partido Democrático (PD) com o apoio da aliança de esquerda Livres e Iguais (LeU) defende a manutenção de Draghi no cargo.
"Estamos trabalhando para a continuidade de um governo de unidade nacional e esperamos que a discussão que está ocorrendo no Cinco Estrelas ajude nessa perspectiva e evite dar espaços, ainda que imerecidos, à direita", concluiu Andrea Orlando. (ANSA)
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA