A autópsia de Alika Ogorchukwu, imigrante nigeriano brutalmente assassinado em Civitanova Marche, no centro da Itália, determinou que o óbito foi provocado por "asfixia violenta com concomitante choque hemorrágico interno".
O resultado foi divulgado nesta quarta-feira (3) pelo procurador de Macerata, Claudio Rastrelli. Ogorchukwu, 39 anos, foi assassinado na última sexta (29) pelo operário italiano Filippo Ferlazzo, 32, após ter pedido esmola.
De acordo com o inquérito, o agressor espancou Ogorchukwu com uma muleta e com as mãos e depois o sufocou. Um vídeo do crime mostra Ferlazzo imobilizando a vítima no chão, em plena luz do dia e sob os olhares de várias pessoas, sem que nenhuma interviesse para ajudar o nigeriano.
Ferlazzo foi preso sob as acusações de homicídio doloso agravado por motivos fúteis e roubo, já que levou embora o celular de Ogorchukwu. Ele pediu "desculpas" pelo assassinato, alegando que não agiu por razões "raciais" e que sofre de supostos problemas "psiquiátricos".
O crime provocou repúdio unânime entre os partidos italianos, que estão em campanha para as eleições antecipadas de 25 de setembro, nas quais a extrema direita anti-imigração é favorita à vitória.
O ex-premiê Enrico Letta, líder da legenda de centro-esquerda Partido Democrático (PD), anunciou que irá a Civitanova Marche no próximo sábado (6) para o funeral de Ogorchukwu. "O assassinato de Alika foi um momento dramático na vida do país, e nossa comunidade deve responder unida", disse.
No mesmo dia, a cidade deve ter um protesto da comunidade nigeriana contra o racismo na Itália. "Seremos mais de 500 pessoas, chegarão compatriotas de Roma, Turim, Pescara e outros lugares", afirmou Nelson Ogbonna, um dos organizadores da manifestação. (ANSA)
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