O governo do premiê demissionário da Itália, Mario Draghi, aprovou nesta sexta-feira (16) um terceiro pacote bilionário para ajudar famílias e empresas a enfrentar os efeitos da disparada da inflação.
A iniciativa reúne medidas que totalizam 14 bilhões de euros e chega faltando pouco mais de uma semana para as eleições parlamentares antecipadas de 25 de setembro, em meio a pressões para o governo aumentar o déficit para combater a alta nos preços.
O novo pacote inclui pagamentos únicos de 150 euros para trabalhadores e aposentados com renda inferior a 20 mil euros brutos por ano, medida que deve cobrir cerca de 22 milhões de pessoas (mais de um terço da população), totalizando 3,3 bilhões de euros.
Além disso, estão previstos créditos fiscais para pequenas e médias empresas e a destinação de 400 milhões de euros para o Serviço Sanitário Nacional (o SUS da Itália) para compensar a alta nos preços de insumos hospitalares.
O decreto ainda separa 40 milhões de euros para mitigar os efeitos do aumento dos custos de energia elétrica e gás para teatros, casas de shows, cinemas e outras instituições culturais, bem como mais 10 milhões de euros para reforçar um programa de vouchers para o transporte público.
Os três decretos do governo italiano para enfrentar a disparada no custo de vida totalizam 66 bilhões de euros (cerca de 3,5% do PIB), sendo que 43 bilhões se referem ao setor de energia.
Nos últimos dias, o ex-ministro do Interior e senador Matteo Salvini, líder do partido de ultradireita Liga, tem cobrado Draghi para a Itália fazer uma dívida extra de 30 bilhões de euros para ajudar famílias e empresas, mas o premiê afirmou que isso não é necessário.
"O andamento da economia italiana nos permite ajudar famílias e empresas sem fazer um desvio das contas públicas", disse o primeiro-ministro em uma coletiva de imprensa em Roma.
O produto interno bruto (PIB) da Itália cresceu 0,1% e 1,1% nos dois primeiros trimestres de 2022, porém a inflação em agosto foi de 8,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado, maior índice desde dezembro de 1985 (8,8%). (ANSA)
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